Gardel diz que episódio na Câmara foi 'constrangimento' e haverá nova regra para protestos na Casa
Presidente da Câmara Municipal falou após agressão de vereadora contra parlamentar na manhã desta quinta (1º)
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Gardel Rolim (PDT), afirmou que a agressão feita pela vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) contra a também vereadora Cláudia Gomes (PSDB), na manhã desta quinta-feira (1º), foi "um dos maiores constrangimentos" vivenciados dentro da Casa.
A fala foi feita no retorno da sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos, interrompida após tumulto no plenário da Casa. Rolim reforçou que a Câmara Municipal sempre recebeu "de forma muito harmônica" sindicatos e servidores municipais que fazem protestos na Casa.
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Durante o discurso, feito na tribuna da Casa, ao lado da vereadora Cláudia Gomes, ele disse ainda que será necessário "estabelecer um padrão, uma regra" para continuar a receber protestos e manifestações no Parlamento municipal, "desde que não ofendam e desrespeitem nenhum colega vereador nem o parlamento".
Sem detalhar qual será a nova regra, ele afirmou que os manifestantes continuarão a ser recebidos pelos vereadores.
"O parlamento continuará respeitando e recebendo o servidor público de Fortaleza com muito respeito. Mas é necessário que haja um recíproco. Nós precisamos ser respeitados, todos os parlamentares desta Casa, o chefe do Poder Executivo precisa ser respeitado", garantiu.
Entenda o caso
Durante o discurso do prefeito José Sarto (PDT), a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) foi até a tribuna onde estava Sarto cobrar demandas da área da Saúde.
O presidente da Câmara, Gardel Rolim, tentou demover a parlamentar do protesto no meio do Plenário para seguir o discurso do prefeito, mas os ânimos se acirraram, resultando na agressão à vereadora Cláudia Gomes (PSDB) que tentava intervir no episódio.
Diante das tentativas da parlamentar de afastar Ana Paula da tribuna, enquanto ela falava de forma alterada contra o presidente da Casa, Ana Paula deu um tapa no rosto da vereadora, empurrando-a. Elas tiveram que ser separadas por outros parlamentares e assessores que estavam próximos no momento da briga, e a sessão acabou sendo interrompida.
A vereadora Cláudia Gomes, após o fato, disse estar abalada com o ocorrido. "No momento em que tentei me aproximar do presidente, me barraram, uma das manifestantes, e uma das vereadoras começou a gritar comigo, a perguntar o que eu estava fazendo lá. Eu disse: 'Quero conversar com o meu presidente', porque ele estava numa situação difícil, acuado, pode-se dizer assim. E eu fui conversar com ele para tirá-lo de lá. E nesse momento eu fui empurrada, inclusive no meu rosto, na hora que foi empurrar, a mão bateu no meu rosto, ficou doendo bastante. Na hora, eu disse: 'O que está acontecendo, vereadora?'. Ela começou a gritar descontroladamente e uma outra vereadora tirou ela de cima de mim, porque senão eu não sei o que teria acontecido", relatou.
A vereadora Enfermeira Ana Paula se defendeu das acusações de agressão. Segundo ela, Cláudia Gomes teria a empurrado primeiro e ela teria revidado. As imagens não mostram agressão anterior de Gomes. "A vereadora Cláudia saiu do lugar dela para intervir, quem estava lá viu que houve um empurrão por parte dela, e eu só revidei o empurrão para dizer que não pegasse em mim nem na minha irmã, que estava dentro do plenário", informou Ana Paula.
Na saída do plenário, após a interrupção da sessão, uma nova agressão foi registrada. O suplente de vereador, Júnior Aquino, disse que houve um tumulto na saída do plenário, no qual a vereadora teria caído. Logo depois, ela afirmou que teria sido empurrada. Ao ver que Aquino filmava a situação, a vereadora teria ido na direção dele.
"Ela deu um tapa na minha cara e deu dois murros e 'tacou' a mão no meu celular, o celular caiu. Estou saindo daqui agora, nesse momento, com minha advogada para a delegacia, fazer exame de corpo de delito. Na Casa do Povo, não se deve aceitar nenhum tipo de agressão", narrou Aquino.
Sobre Aquino, ela disse que o suplente de vereador teria filmado a calcinha dela, já que a parlamentar caiu na saída do plenário. "Na hora que eu tropecei aqui, que os seguranças estavam esmurrando a minha barriga, eu tropecei, cai e estou de saia hoje, como vocês podem ver. E o cara estava filmando a minha calcinha aqui, eu não posso ser conivente com isso aí. (...) Ele estava me filmando e a minha calcinha parecendo, eu não vou permitir, eu não vou permitir isto", disse.