Legislativo Judiciário Executivo

Eleições 2024 em São Gonçalo do Amarante: conheça os candidatos e entenda a disputa pela prefeitura

Os partidos, as coligações e as federações devem pedir o registro dos seus candidatos à Justiça Eleitoral até 15 de agosto, véspera do início da campanha

Escrito por Ingrid Campos , ingrid.campos@svm.com.br
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Legenda: Em ordem: Avelino Forte (PL), Cláudio Pinho (PDT) e Professor Marcelão (PT).
Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma das cidades mais importantes para a economia do Estado, São Gonçalo do Amarante deve iniciar a campanha com três candidatos. O cenário mostra uma recomposição de forças locais desde 2020, com reforço da base governista estadual, mas com resistência da oposição local. A corrida ocorre em um município com quase 46 mil votantes – um volume eleitoral médio no Ceará, mas de grande valor econômico. É lá que se localiza um dos maiores complexos portuários do mundo: o Porto do Pecém (Cipp). 

Na corrida pela Prefeitura há o atual prefeito, Professor Marcelão (PT); um ex-prefeito e atual deputado estadual, Cláudio Pinho (PDT); e um empresário que já compôs as duas gestões, Avelino Forte (PL). 

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As candidaturas foram homologadas ao longo de dois fins de semana de convenções partidárias, encerradas na última segunda-feira (5), consolidando as negociações relacionadas ao primeiro turno das eleições.  

Avelino Forte (PL) 

Candidato do PL à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, o empresário Avelino Forte já teve ao menos duas experiências no Executivo da cidade. Entre 2013 e 2016, foi vice-prefeito na gestão de Cláudio Pinho, hoje deputado estadual pelo PDT e seu rival na disputa municipal. Já na administração do atual prefeito Professor Marcelão (PT), chegou a atuar como secretário de Infraestrutura. A vice é a professora universitária Lamarka Lopes (PL).

Ele também seguirá rumo oposto ao seu irmão, o deputado federal Danilo Forte (União). Isso porque o União Brasil é coligado ao atual gestor, além de o próprio parlamentar não fazer acenos públicos ao parente. Segundo Avelino, essa decisão atende a uma lógica de integração do PL na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), uma vez que o partido terá candidaturas de direita nos seus principais municípios, sem alianças com legendas mais à esquerda. 

“Ele (Danilo) já tinha os compromissos assumidos com o atual prefeito e nós também não procuramos fazer muita questão de se unir ao União Brasil, haja vista que o candidato do União em Fortaleza é o Capitão Wagner, e nós torcemos pelo André Fernandes. [...] O União Brasil é um partido que, hoje, ninguém sabe o que é. Quer se unir ao PT em São Gonçalo, enquanto em Fortaleza é da direita. É o típico partido muito complicado para a gente”, explica o postulante. 

O PontoPoder buscou Danilo Forte, mas não houve resposta sobre a relação entre ambos nestas eleições. Segundo sua assessoria de imprensa, o deputado estava em viagem aérea quando foi procurado. 

Para 2024, o PL terá disponível, ao todo, R$ 886,8 milhões de Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como Fundo Eleitoral. Desse montante, 30% vai para a direção nacional deliberar como deve distribuir, considerando “critérios políticos, pesquisas eleitorais e medição do potencial de candidatos e coligações”.

Os outros 70% serão segmentados de acordo com a proporção de votos e os números de representantes do PL na Câmara Federal por Estado; o tamanho da bancada do partido no Senado; e outras regras. Esses critérios também incorporam o rateio para cotas de gênero e raciais. 

Cláudio Pinho (PDT)

O deputado estadual Cláudio Pinho (PDT) é um dos ex-prefeitos que buscam retornar ao Poder Executivo no Ceará. Ele governou São Gonçalo do Amarante por dois mandatos, entre 2013 e 2020. Nas últimas eleições municipais, não conseguiu emplacar um aliado na Prefeitura e viu sua principal base eleitoral ser comandada por um adversário, o Professor Marcelão (PT). 

Iniciou a vida política em Fortaleza, como diretor de planejamento da Superintendência de Esporte e Turismo (Sudetur) na gestão Juraci Magalhães, ainda em 1990. Já em 1993, na gestão Antônio Cambraia, foi diretor de planejamento na Secretaria do Trabalho e Ação Social (SETDS). Seis anos depois, foi empossado vereador da Capital. Mais recentemente, em 2021, assumiu a função de secretário de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) na administração de José Sarto (PDT).  

"Durante nosso governo, São Gonçalo experimentou um verdadeiro desenvolvimento. As pessoas eram respeitadas, independentemente de suas preferências políticas, porque, desde a primeira vez que fui eleito, governei para todos. Não havia perseguições por apoiar outra cor política; nosso compromisso era com o bem-estar de todos os cidadãos. [...] Infelizmente, após oito anos, São Gonçalo parou no tempo", diz o candidato.

No atual mandato, compõe a ala de oposição ao grupo petista no Estado e na cidade da RMF. No início do ano, chegou a ser indicado líder da bancada pedetista na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), mas a posição não vingou devido à resistência dos outros representantes do partido na Casa, que integram a base do governo Elmano de Freitas. Cláudio Pinho está do outro lado, amparado pelo segmento cirista do PDT.

E é com esse grupo que ele subirá ao palanque. Agora, disputando novamente à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, o candidato terá ao lado dele lideranças pedetistas como Ciro Gomes, André Figueiredo, Roberto Cláudio e outros. 

O vice é o vereador e presidente da Câmara Municipal, Neto do Pecém (Podemos). A coligação majoritária é composta, ainda, pelo PSD e pela federação PSDB/Cidadania. 

O PDT terá R$ 174 milhões de Fundo Eleitoral neste ano. O rateio deverá respeitar os 30% de financiamento para candidaturas femininas e a prioridade de candidatos de capitais e de municípios com mais de 200 mil eleitores. “Aos demais municípios, a direção nacional avaliará, com as direções estaduais, a possibilidade de distribuição dos recursos arrecadados, avaliando viabilidade eleitoral comprovada dos candidatos majoritários e proporcionais apresentados”, diz resolução do partido.

Professor Marcelão (PT)

Marcelo Ferreira Teles, conhecido como Professor Marcelão, é atual prefeito de São Gonçalo do Amarante. Eleito pelo Pros em 2020, ele migrou da oposição para a base do grupo petista estadual ao longo do mandato, movimento que culminou na sua filiação ao PT, em janeiro deste ano. Para o pleito de 2024, ele repete a chapa vitoriosa em 2020, ao lado de Bethrose (MDB). 

O arco de aliança é formado pelas federações PT/PV/PCdoB e Psol/Rede, além dos partidos PP, MDB, União Brasil, PSB, DC, PRD e Republicanos. Aqui, entra uma liderança já mencionada nesta matéria: o deputado Danilo Forte (União) que, apesar de não ter subido no palanque da convenção que oficializou a candidatura de reeleição, teve sua foto usada em peças de divulgação do evento. 

“Realizamos a maior convenção da história de São Gonçalo, com cerca de 10 mil pessoas. Tudo isso é fruto de um trabalho sério nesses últimos 3 anos e 7 meses, pois o povo sente-se bem representado por um cidadão da terra, que é filho de um verdureiro com uma costureira. Só conhece SGA de verdade quem é daqui”, diz o prefeito.

Marcelão é bacharel em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e especialista em Matemática e Educação Profissional pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), exercendo a profissão de educador desde 1995. 

O PT terá R$ 619,8 milhões de Fundo Eleitoral neste ano. Os municípios com mais de 100 mil eleitores receberão repasses diretos da direção nacional, que deliberará sobre a distribuição. Já os municípios com eleitorado em volume menor que isso receberão recursos diretos dos diretórios estaduais. Tudo isso, respeitando critérios de raça e gênero.

Justiça Eleitoral

Os partidos, as coligações e as federações devem pedir o registro dos seus candidatos à Justiça Eleitoral até 15 de agosto, véspera do início da campanha. Até a noite de quinta-feira (8), apenas Cláudio Pinho (PDT) havia pedido o registro oficial de candidatura à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Neste ano, a ida às urnas vai definir quem ocupará vagas nas prefeituras, nas vice-prefeituras e nas câmaras municipais. A data do primeiro turno é 6 de outubro, o único que ocorrerá na cidade. Já o segundo turno está marcado para 27 de outubro, exclusivamente, no Ceará, para Caucaia e Fortaleza.

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