Rodrigo Maia pede demissão do governo de SP após apoio de Rodrigo Garcia a Bolsonaro no 2º turno
O ex-presidente da Câmara dos Deputados era secretário de Projetos e Ações Estratégicas
Após o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) anunciar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial, Rodrigo Maia (PSDB) pediu demissão do governo. Ele era titular da Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas desde agosto de 2021, quando entrou na gestão do ex-governador João Doria.
"Informo que na data de hoje deixo a Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo. Agradeço aos governadores João Doria e Rodrigo Garcia pela oportunidade", escreveu o ex-deputado federal no Twitter, na manhã desta quarta-feira (5).
O ex-presidente da Câmara dos Deputados é o primeiro membro da equipe a anunciar a saída devido ao posicionamento de Garcia. Maia ensaia uma aproximação com o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele se reuniu com o petista nessa terça-feira (4).
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Insatisfação de tucanos
Como mostrou o Estadão, secretários do governo de São Paulo ameaçam debandada em razão do apoio do governador a Bolsonaro. Eles dizem ter sido pegos de surpresa pela atitude de Garcia, que avisou o partido de última hora sobre sua decisão.
Além de Maia, Sérgio Sá Leitão (Cultura), Laura Machado (Desenvolvimento Social) e Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) consideram deixar os postos. As demissões podem ocorrer ainda nesta quarta.
Maia não detalhou os motivos para deixar a pasta. Nessa terça, o PSDB liberou diretórios estaduais para apoiar Lula ou Bolsonaro no segundo turno. Simultaneamente à reunião que definiu a diretriz, Rodrigo Garcia anunciou "apoio incondicional" a Bolsonaro.
A decisão de Garcia surpreendeu o diretório estadual do PSDB em São Paulo. Quadros históricos do partido, como Aloysio Nunes, reagiram mal. Nunes disse ao Estadão que o apoio a Bolsonaro "é uma vergonha, é o fim do mundo".
Derrotado em sua tentativa de reeleição, Garcia também acertou acordo com Tarcísio de Freitas (Republicanos) na segunda-feira (3) e revelou sua decisão na terça. A expectativa é que um eventual governo do ex-ministro possa abrigar tucanos próximos ao atual governador em sua equipe.
Tarcísio terminou o primeiro turno em primeiro lugar, com 42,32% dos votos. Além disso, Bolsonaro foi o candidato a presidente mais votado no Estado.