Pedido de Bolsonaro para investigar inserções de rádios é negado por Alexandre de Moraes

Presidente do TSE aponta que alegação de supostas irregularidades são inconsistentes

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
alexandre de moraes
Legenda: De acordo com Alexandre de Moraes, os documentos apresentados pelo partido de Bolsonaro são inconsistentes
Foto: Nelson Jr/STF

Em meio à reta final das Eleições de 2022, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu investigação de supostas irregularidades em inserções eleitorais por emissoras de rádios. No entanto, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negou pedido na noite desta quarta-feira (26). 

De acordo com Moraes, os documentos apresentados pela campanha são inconsistentes. O procurador-geral eleitoral Augusto Aras foi acionado para apurar "possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito".

A respeito disso, a equipe de Bolsonaro denunciou ao TSE que rádios deixaram de exibir inserções da propaganda eleitoral do candidato. A campanha pediu, além da investigação, que as propagandas do oponente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parassem de ser exibidas.

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Para Moraes, a suposta fraude às vésperas da eleição é "sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova".

O ministro disse que inicialmente a campanha alegou que "emissoras de rádio em diversas cidades brasileiras, espalhadas por todas as regiões, não veicularam as inserções do presidente", mas que "foram alterando suas alegações, chegando a expressamente admitir a existência de pedido incerto e indefinido, ao afirmarem que o total dos dados só poderá ser apresentado e checado totalmente ao fim das investigações judiciais".

"Pasmem, ainda, que do exame dos arquivos juntados pelos autores não se extraem os dados apontados como aptos a amparar as razões apresentadas. Ao contrário disso, apenas são encontradas planilhas, a rigor esparsas, com dados aleatórios e parciais, que tornam impossível chegar a conclusão sustentada pelos requerentes", criticou Moraes na sua decisão.

Bolsonaro se pronunciou em coletiva

Logo após a decisão do tribunal, na noite desta quarta, Bolsonaro convocou ministros mais próximos e militares para uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada e uma coletiva de imprensa. Na ocasião, ele criticou Moraes e reiterou as denúncias feitas pela sua campanha.

"Nos surpreende, o senhor Alexandre de Moraes simplesmente inverteu o processo. Nos acusar de estarmos gastando dinheiro do fundo partidário Com empresas para fazer auditoria. Inclusive, temos duas auditorias contratadas e uma terceira em via de contratação. No que depender de mim, será contratada essa terceira auditoria, porque mais uma prova, se bem que eu acho que nem precisava de mais, de que as inserções foram realmente potencializadas e muito para o outro lado. Dezenas de milhares de inserções do outro lado e do nosso lado, tinha rádio que pareceu quase zero", afirmou Bolsonaro.

 
 
 
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