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Michelle Bolsonaro e Damares Alves encontram venezuelanas citadas por Bolsonaro

Dupla pediu desculpas após o presidente afirmar que 'pintou um clima' ao avistar as menores de idade arrumadas

Escrito por Redação ,
michelle e damares
Legenda: Primeira-dama e senadora eleita tentaram contornar polêmica
Foto: Divulgação

A primeira-dama Michelle Bolsonaro e a ex-ministra Damares Alves estiveram, na tarde dessa segunda-feira (17), no Lago Sul, em Brasília, com as líderes do projeto social que atende as refugiadas venezuelanas citadas pelo presidente Jair Bolsonaro no episódio do "pintou um clima". 

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O plano inicial era que o encontro tivesse ocorrido na noite de domingo (16), em São Sebastião, onde o candidato à reeleição afirmou ter visto adolescentes venezuelanas "arrumadas para ganhar a vida", quando na verdade elas participavam de um curso de estética, maquiagem e corte de cabelo.

As menores de idade vinham recusando as investidas de Michelle e Damares. Elas só mudaram de ideia após a embaixadora do governo de Juan Guaidó em Brasília, Maria Tereza Belandria, entrar em cena e orientá-las sobre o encontro.

Segundo O Globo, as líderes afirmaram entender que houve um mal entendido e que Bolsonaro não quis chamá-las de prostitutas. As representantes aceitaram o pedido de desculpas pela exposição indevida das adolescentes. 

Repercussão

A declaração polêmica de Bolsonaro ocorreu em entrevista ao canal do YouTube ‘Paparazzo Rubro-Negro’ na última sexta-feira (14). Ele afirmou que durante um passeio de moto avistou meninas de 14 e 15 anos e "pintou um clima" antes de pedir para ir à casa delas. 

“Eu parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para que? Ganhar a vida. Você quer isso para a sua filha que está nos ouvindo agora", contou.

O trecho ganhou ampla repercussão na internet, que chegou a ser chamado de "depravado e criminoso" pela presidente do PT, Gleisi Hoffman. "Não existe 'pintar clima' entre um adulto e uma criança de 14 anos. O nome disso é pedofilia", denunciou o deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP). 

A campanha do PT passou a reproduzir o vídeo com as falas de Bolsonaro, mas o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, determinou a remoção do conteúdo das redes sociais e da TV  e rádio sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Na decisão, Moraes justifica que houve "grave descontextualização e aparente finalidade de vincular a figura do candidato ao cometimento de crime sexual". 

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