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Consórcio Nordeste rebate governador de Minas e cobra redução de desigualdades

Romeu Zema (Novo) defendeu nesta semana a formação de um consórcio entre estados do Sul e Sudeste para fazer frente ao Nordeste em pautas políticas e econômicas

Escrito por Redação ,
João Azevêdo
Legenda: João Azevêdo emitiu nota oficial do Consórcio Nordeste, neste domingo, rebatendo as declarações de Zema
Foto: Helene Santos/Divulgação Governo do Ceará

O presidente do Consórcio Nordeste e governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), rebateu, neste domingo (8), as declarações separatistas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a formação de uma frente formadas pelos estados do Sul e Sudeste contra o Nordeste e cobrou redução de desigualdades no País.

Segundo João Azevêdo, o Consórcio Nordeste, bem como o Consórcio Amazônia Legal, foram criados com o objetivo de fortalecer as regiões com cooperações e compartilhamento de prática e soluções entre os estados com foco no desenvolvimento socioeconômico, e não uma guerra contra os demais entes da federação. A declaração foi divulgada por meio de nota.

"É importante reafirmar que a união regional dos estados do Nordeste e, também, do Norte não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades e desenvolvimento"
João Azevêdo (PSB)
Presidente do Consórcio Nordeste

O mandatário acrescentou, ainda, que indicar uma "guerra entre as regiões" significa que não há compreensão das desigualdades do País. Pelo contrário, "sugere querer mantê-las", conforme Azevêdo.

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Para ele, a união dos estados do Sul e Sudeste em um consórcio é válida e pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo do País.

"Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo", frisou.

Em nota, ele apela, ainda, para a "união nacional em torno da reconstituição de áreas estratégicas para o nosso País, a exemplo da economia, segurança pública, educação, saúde e infraestrutura".

Entenda

Em entrevista ao Estadão, o governador de Minas Gerais defendeu um protagonismo político dos estados do Sul e Sudeste a partir da atuação em consórcio. Uma das metas, segundo ele, é fazer frente ao Nordeste em discussões relevantes em Brasília, na Câmara dos Deputados e no Senado, principalmente para a provação de pautas econômicas.

"Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília", disse em entrevista ao Estadão.

Ele reclamou, ainda, da criação de um Fundo de combate à pobreza voltado para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. "E o Sul e o Sudeste não têm pobreza?", criticou.

O Consórcio Sul-Sudeste (Cossud) é presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Segundo Zema, há articulação para abrir um escritório em Brasília para estar mais perto do Congresso.

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