Após reunião com Lula, Estados Unidos anuncia apoio ao Fundo Amazônia
Encontro aconteceu nesta sexta-feira (10)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Joe Biden, contraparte estadunidense, nesta sexta-feira (10) para debater sobre a democracia e o meio ambiente. Após o encontro, os Estados Unidos anunciou apoio inicial ao Fundo Amazônia buscando alavancar investimentos na região.
Em comunicado coletivo, a Casa Branca declarou ter intenção de trabalhar com o Congresso estadunidense com o objetivo de fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia. As informações são do O Globo.
O Fundo Amazônia é um mecanismo financeiro multilateral criado em 2008, administrado pelo Brasil para combater o desmatamento.
Pela tarde, Lula tuitou sobre o encontro. "Espero uma relação muito produtiva". O encontro ocorre praticamente um mês após o ataque de bolsonaristas às sedes da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal em Brasília.
Os atos recordaram o ataque ao Capitólio de simpatizantes do ex-presidente republicano Donald Trump, em janeiro de 2021, para tentaram impedir a certificação da vitória de Biden nas urnas.
Combate ao desmatamento
Antes da reunião, funcionários do governo estadunidense anteciparam que a crise climática será "uma prioridade absoluta" no encontro no Salão Oval.
Lula prometeu acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030, depois do pobre desempenho do Brasil nesta área durante o governo Bolsonaro. Em janeiro passado, já com Lula na Presidência, o desmatamento caiu 61% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira.
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Aproveitando a ocasião, grupos indígenas, ecologistas e da sociedade civil publicaram uma carta aberta dirigida a Lula e Biden na qual insistem em que a proteção da Amazônia e o combate às mudanças climáticas "só é possível com direitos humanos e combatendo o racismo ambiental".
"As crises ambientais e as ameaças de golpe de Estado caminham de mãos dadas" no Brasil, pois "as mesmas forças e atores que financiaram atos terroristas (...) também são responsáveis pelo desmatamento, pela invasão de territórios indígenas e pelo garimpo ilegal", escreveram no texto, referindo-se aos ataques de 8 de janeiro e à política de Bolsonaro.