Após reunião com Cid e Lupi, Figueiredo diz não haver fato que justifique destitui-lo da presidência
"Não existe um fato concreto que justifique a convocação do diretório para me destituir da presidência", afirmou o deputado
O deputado federal André Figueiredo (PDT), em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, voltou a defender a permanência na direção do PDT Ceará e fez críticas à tentativa de convocar o diretório estadual para pressionar por mudanças na legenda, nesta segunda-feira (26). O deputado federal participou de reunião com o presidente nacional licenciado, Carlos Lupi, e o senador Cid Gomes, cotado para assumir a presidência no lugar de André.
Lupi desembarcou em Fortaleza hoje para tentar mediar o acirramento interno do PDT no Estado. Pouco antes, Cid reuniu deputado federais e estaduais, vereadores, prefeitos e outros aliados que cobram mudanças na direção do partido. O encontro entre Cid, Lupi e Figueiredo, no Hotel Luzeiros, na Avenida Beira-Mar, foi rápido.
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"A gente tenta ao máximo buscar pacificação. Foi só para bater um papo mesmo com eles. Vem uma comissão agora conversar com Lupi", disse o atual presidente, referindo-se a uma comissão de pedetistas formada durante o encontro promovido por Cid. O grupo está agora reunido com o presidente licenciado.
Figueiredo voltou a defender a permanência na direção do partido até o fim do mandato, previsto para dezembro deste ano.
"A ideia que o Lupi tem é que a gente vá dialogando, mas que meu mandato, que vai até dezembro, seja respeitado. A ideia é essa porque não existe um fato concreto que justifique a convocação do diretório para me destituir da presidência, não tem fato concreto, mas vamos dialogar, vamos conversar, estreitar caminhos, o governo (do Estado) quer apoio, nós queremos apoio para o prefeito (de Fortaleza, José) Sarto também. Temos que dialogar, queremos um caminho que evidentemente traga bons resultados para as duas partes"
O deputado ainda comentou sobre a tentativa dos cidistas de cobrar uma convocação extraordinária do diretório estadual para tratar da direção partidária.
"Uma reunião do diretório com ânimos acirrados, não termina bem, isso é absolutamente imprudente fazer uma reunião como essa, mas, se for necessário, que se faça", pontuou.
Crise no PDT
Em tensão desde as eleições do ano passado, o PDT cearense vive um novo drama: a divisão interna pela sucessão da presidência estadual. O mandato de André Figueiredo acaba no fim do ano, e uma parte – também mais ligada ao ex-ministro Ciro Gomes – defende a manutenção do seu posto. Contudo, outra fatia mais governista intercede por Cid.
A disputa reedita a dinâmica de 2022, quando as duas alas defenderam nomes distintos à eleição ao Palácio da Abolição, levando a um rompimento interno que tem se agravado em 2023.
O encontro regional do PDT, que ocorreu entre quinta (22) e sexta (23), e a reunião de mais cedo mostraram isso. O primeiro, sem a presença de figuras aliadas a Cid. O segundo, com ausência da ala de Figueiredo.
A comissão que se reuniu com Lupi foi formada pelo vereador Julio Brizzi, os prefeitos Ednardo (Forquilha), Cirilo Pimenta (Quixeramobim), Maurício (Senador Pompeu) e pelos deputados estaduais Marcos Sobreira e Guilherme Landin, além dos federais Ana Paula e Eduardo Bismarck (licenciado). Ao final, a decisão foi buscar o ministro Camilo Santana (PT) e o governador Elmano de Freitas para um diálogo.