Após aliança com Capitão Wagner em 2022, PL avalia ter candidatura própria em Fortaleza em 2024
É direcionamento do comando nacional do PL o lançamento de candidaturas próprias nas capitais e nas principais cidades brasileiras, seguindo tendência de fortalecimento até 2026
A cerca de um ano e meio da campanha eleitoral de 2024, partidos começam a montar as estratégias ao todo o Estado. Naturalmente, as dinâmicas federais e estaduais devem influenciar o pleito nos municípios, principalmente em Fortaleza. O PL, legenda consolidada no Ceará e que abriga lideranças no campo da direita, é uma das que devem se organizar no sentido de lançar nomes próprios à disputa.
Em 2022, concorreu ao Governo do Estado com Raimundo Gomes de Matos ao lado de Capitão Wagner (União). O atual secretário de Saúde de Maracanaú já manifestou a intenção de ser candidato a prefeito de Fortaleza, mas não deve contar novamente com o PL na composição de chapa no próximo ano.
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É o que diz o deputado estadual Carmelo Neto (PL). Ele lembra que o partido tem a maior bancada na Câmara dos Deputados, o que representa, entre outros pontos, um maior tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio.
Inclusive, é direcionamento do comando nacional da legenda o lançamento de candidaturas próprias nas capitais e nas principais cidades brasileiras, a fim de seguir a tendência de fortalecimento até 2026, quando ocorrem as eleições gerais. No Ceará, a Região Metropolitana de Fortaleza deve continuar como prioridade, como reforça Carmelo e como já afirmou o presidente estadual do PL, Acilon Gonçalves, ao Diário do Nordeste.
Obviamente a estratégia é manter as prefeituras (da Região Metropolitana) que o PL já ocupa, hoje, e ampliar. Tem o nome do (deputado federal) Júnior Mano que se cogita para Maracanaú como opção, tem a pretensão de lançar um candidato em Fortaleza que não se sabe quem é ainda. Mas o partido deve ter esse nome nos próximos meses. Quanto mais próximo tiver de 2024, essa discussão deve ocorrer com mais intensidade e maior frequência
Em nota à reportagem, o líder do PL e prefeito de Eusébio defende o direito de o PL ter candidatura própria em todas as eleições, mas afirma que "isso nem sempre é possível". Acilon destaca, ainda, que "por não estar no poder executivo estadual nem no poder executivo da capital, o PL fica na retaguarda com ideias já defendidas e prontas para serem implantadas".
Atualmente, o partido passa por um processo de aproximação do prefeito da Capital, Sarto Nogueira (PDT), reforçando a sua base e compondo a sua gestão, a exemplo de Raimundo Matos. Este foi nomeado presidente da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) da cidade recentemente.
Mas isso, segundo, Acilon, não representa um "compromisso político" com Sarto. "Continuaremos defendendo nossas bandeiras sugerindo, criticando, ou executando cada uma delas, até que possamos – através das vitórias nas urnas – implantá-las diretamente", completou.
Nomes na mesa
A força do partido no Estado é expressa pelos resultados das urnas ao Legislativo. Tanto na Câmara Federal como na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) a sigla foi líder em votos com André Fernandes e Carmelo Neto, respectivamente. Fernandes foi o mais votado em 2018, quando foi eleito à Alece, e Carmelo chegou à vida pública em 2020, conquistando uma cadeira na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
Por isso, ambos são cogitados como postulantes a prefeito. Outro nome na mesa é o da vereadora Priscila Costa, também com bom desempenho eleitoral – tanto é, que está na primeira suplência do PL na Câmara dos Deputados – e sólida atuação interna no partido.
"São lideranças que, pelo debate e pela votação em 2022, acabam sendo cogitadas para 2024. Mas é um debate que precisa ser feito com muita responsabilidade e obviamente defendendo a união do partido. [...] São muitos nomes capazes e que têm realmente a chance de disputar essa indicação do PL para a Prefeitura de Fortaleza", concluiu Carmelo.
Ao Diário do Nordeste, André Fernandes disse que se coloca à disposição do partido para ser lançado candidato a prefeito e tentar finalizar o ciclo político em vigência nos últimos anos.
O mesmo declarou Priscila Costa, que considerou natural o surgimento de seu nome como opção. "Acredito que ser uma mulher posicionada, com pautas muito alinhadas com o partido a nível nacional, juntamente com o fato de estar como líder do PL na Câmara dos Vereadores. [... ] Estou à disposição da legenda para enfrentar essa ou qualquer outra missão para a qual seja convocada", completou.