Servidores técnicos em greve pela educação federal

Escrito por Cláudia Lóssio ,
Cláudia Lóssio é servidora técnico-administrativa da Universidade Federal do Ceará
Legenda: Cláudia Lóssio é servidora técnico-administrativa da Universidade Federal do Ceará

Recentemente, o Governo Federal anunciou 100 novas unidades de institutos federais (IFs) e ampliação de 140 mil vagas para o ensino técnico e superior. Uma vez concluídos, sabe quem irá trabalhar nesses IFs? Nós, os servidores técnico-administrativos em educação (TAEs), que desde 15 de março estamos em greve em prol da reestruturação da carreira e de condições dignas de trabalho.

O próprio ministro Camilo Santana afirmou desconhecer os TAEs, só tendo ouvido falar da categoria este ano, quando aprovamos o indicativo de greve. Somos a carreira mais numerosa do Executivo, com 224 mil servidores ativos e aposentados, representando cerca de 20% do total de servidores civis, e, com somente 10% da folha de pagamento, possuímos a pior remuneração de todo o funcionalismo público federal. Apenas no Ceará, nosso contingente é de 8.950 servidores, incluídos os pensionistas.

Após seis meses de negociação com o governo, deflagrar a greve foi o nosso último recurso, ao recebermos a proposta indecorosa de reajuste salarial zero para 2024. Com forte mobilização da classe, que já paralisou 64 instituições, foi instaurado um grupo de trabalho para a análise técnica da pauta de reivindicações.

Mas o que fazem os TAEs? Atuamos desde a matrícula até a emissão do diploma, na fiscalização de obras e contratos, no empenho do pagamento de salários e bolsas estudantis, nos sistemas de tecnologia da informação, no atendimento ao público, nos serviços de saúde, em bibliotecas e laboratórios. Estamos presentes em todos os setores administrativos e acadêmicos de universidades e institutos federais, e somos agentes indispensáveis das políticas públicas da educação.

Além de reestruturar a carreira e recompor a base salarial, lutamos por melhorias para a educação pública, com a restituição dos recursos contingenciados do orçamento, retomada de concursos e reconhecimento do nosso valor como trabalhadores da educação. O movimento dos TAEs transcende o interesse imediato da categoria, ao propor avanços para um serviço público eficiente, justo e democrático, com benefícios para toda a sociedade.

Cláudia Lóssio é servidora técnico-administrativa da Universidade Federal do Ceará
Professor aposentado da UFC
Gonzaga Mota
03 de Maio de 2024
Jornalista e senador constituinte
Mauro Benevides
02 de Maio de 2024