Precisamos ampliar os mandatos LGBTQIAPN+ e de aliados

Escrito por Labelle Silva Rainbow ,
Labelle Silva Rainbow é diretora do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab)
Legenda: Labelle Silva Rainbow é diretora do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab)

Nosso país ainda é o que mais mata pessoas LGBTQIAPN+, sobretudo travestis e transexuais, em todo o mundo há 14 anos consecutivos. E isso ocorre mesmo após a criminalização da LGBTQIAPN+fobia pelo STF, Corte essa que reconheceu o atraso do Congresso em aprovar uma legislação específica de amparo a essas populações e seus direitos já conquistados.

O cenário político atual mostra a urgência para que essa realidade seja transformada e o debate sobre a garantia de direitos e a manutenção da vida avance através da representação política. As eleições de outubro já se apresentam como oportunidade para o debate sobre candidaturas LGBTQIAPN+, em especial das pessoas travestis e transexuais. É fundamental pensar e construir estratégias de enfrentamento aos projetos conservadores anti-LGBT e a violência política, que ameaçam conquistas históricas já garantidas com muita luta e resistência.

Mesmo com o número expressivo de candidaturas LGBTQIAPN+ nas últimas eleições, mais de 300 pelo país, no Congresso, das 18 representações LGBTIQIAPN+, só duas são representações trans – que, inclusive, sofrem cotidianamente diversas violências e ataques no exercício de suas atividades parlamentares, mostrando que nesses espaços a LGBTQIAPN+fobia, o racismo, o machismo e a misoginia ainda são estratégias de opressão que operam na intenção de nos distanciar da ocupação, da condução de poder e da política nacional. O Ceará, atualmente, não tem parlamentar trans. Na Câmara de Fortaleza, o maior Legislativo Municipal do estado, apenas uma vereadora é assumidamente LGBT. Há, portanto, um vácuo de representatividade política dessas populações.

Ocupar espaços é uma tarefa revolucionária e a XXIII Parada Pela Diversidade Sexual do Ceará assume seu papel educativo de alertar as pessoas articulando iniciativas que contribuam para o aumento da representatividade e legitimidade das pessoas LGBTQIAPN+, principalmente na política, de maneira interseccional às pautas de gênero, raça e classe. Com todo nosso orgulho, vidas e corpas, dizemos: “RADICALIZAR PARA EXISTIR; VOTAR PARA OCUPAR.”

Labelle Silva Rainbow é diretora do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab)

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