Aplaudidos na Pandemia e agora, agredidos: A realidade de violência na Enfermagem brasileira

Escrito por
Célio Studart producaodiario@svm.com.br
Célio Studart é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem
Legenda: Célio Studart é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem

Aplaudidos como heróis durante a pandemia da COVID-19, os profissionais de enfermagem no Brasil enfrentam uma realidade bem diferente: a violência no ambiente de trabalho. Casos de agressão física, verbal e psicológica se tornaram cada vez mais frequentes, expondo a vulnerabilidade desses profissionais que estão na linha de frente da saúde.

Dois casos recentes chocaram o país. Em Brasília, a enfermeira Priscilla Pessôa Rodrigues foi brutalmente atacada em seu local de trabalho. Outro incidente envolveu um paciente em surto psicológico que fez uma enfermeira de refém, demonstrando a insegurança a que esses profissionais estão expostos. 

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem, em 2024, em parceria com a Fiocruz revelou que cerca de 70% dos profissionais de enfermagem já sofreram algum tipo de violência no trabalho. Essa realidade, que se estende por todo o país, inclui agressões físicas, verbais, psicológicas e ameaças.

A pandemia evidenciou a importância dos profissionais de saúde, mas após esse período, a realidade dos enfermeiros continua marcada pela precarização das condições de trabalho e pela violência. Pleitos históricos, como a redução da jornada de trabalho e a garantia do piso salarial, ainda não foram atendidos, quem dirá grandes mudanças nas condições em hospitais lotados e sucateados.

A violência no trabalho não apenas afeta a saúde física dos profissionais, mas também causa graves danos à saúde mental. Estudos demonstram que enfermeiros vítimas de violência apresentam maior risco de desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e burnout.

É fundamental que sejam implementadas políticas públicas que visem garantir a segurança dos profissionais de enfermagem. Isso inclui a criação de protocolos de segurança nas unidades de saúde, a realização de campanhas de conscientização sobre a importância de um atendimento respeitoso e a punição exemplar dos agressores.

Como presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem, na Câmara Federal, considero urgente, além de seguir defendendo as pautas apresentadas historicamente pela categoria, apresentar projetos que aumentem penas para crimes violentos cometidos contra estes profissionais, no ambiente de trabalho.

A Enfermagem não tem faltado ao Brasil, mas o Brasil tem faltado à Enfermagem. É urgente que a sociedade e as autoridades reconheçam a importância desses profissionais e adotem medidas para garantir sua segurança e bem-estar.

Célio Studart é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem

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