Vídeo mostra cardume de peixes indo à superfície buscar ar no Rio Cocó

Especialista afirma poluição explica comportamento dos peixes.

Escrito por Redação ,

Uma frequentadora do parque do Cocó flagou um cardume de peixes na superfície das águas do rio em busca de oxigênio. O comportamento anormal dos animais pode ser explicado pela poluição, segundo uma especialista. A secretaria estadual do Meio Ambiente disse que vai averigar o problema e ressaltou que não há mortandade no rio.

O registro em vídeo foi feito no fim da tarde desta quarta-feira (7) durante uma caminhada, próximo à entrada da trilha do Parque do Cocó, na Avenida Sebastião de Abreu, no bairro Cocó, em Fortaleza.   

Segundo a jornalista Lúcia Helena Pierre, que fez o registro, ela sempre caminha no parque e foi a primeira vez que viu algo do tipo. “Faço caminhada todos os dias e nunca tinha visto algo igual. Muito triste. O parque estava cheio de aves também depois da reabertura. Mas, ontem [quarta-feira] também não vi nenhuma”, relata. 

A professora Caroline Vieira Feitosa do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará, afirmou ao Sistema Verdes Mares que o corpo hídrico está recebendo, muito provavelmente, uma carga de poluentes muito alta.  

“Isso provoca uma demanda bioquímica de oxigênio, satura o oxigênio na água, faltando para os peixes que ali estão. Por isso, que eles ficam assim. Tentando abocanhar o ar com a boca. É uma degradação da matéria orgânica que gera uma demanda bioquímica por oxigênio”, explicou a bióloga. 

Ainda segundo a bióloga, caso a poluição não diminua, pode matar o peixe e modificar até o metabolismo da espécie e interferir no crescimento.  

"Se a fonte poluidora que está lançando esses contaminantes na água não cessar, a eutrofização permanece. E pode vir a gerar mortalidade. Um estresse deste tipo pode vir a causar alguma alteração no metabolismo, o gasto de energia, isso pode vir interferir no crescimento", afirma.  

A Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) afirmou que o gestor do Parque, Paulo Lira, foi até o local para conferir o problema e foi observado que o fenômeno de fato atingiu um pequeno cardume de peixes. O órgão reforçou que não foi vista mortalidade de peixes no rio nem no entorno e, que esse fenômeno, é causado pela falta de oxigênio na água, geralmente em decorrência da baixa da maré.

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