Saiba como é feito o rastreamento de pessoas com Covid-19 para evitar transmissão no Ceará

Para especialista, mapeamento de contatos é importante, mas quantidade de rastreados ainda é pequena frente à gravidade da pandemia

Escrito por Redação ,
rastreamento
Foto: Fabiane de Paula

Como estratégia para evitar a disseminação de Covid-19, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realiza o chamado "rastreamento de contatos", que consiste em identificar um caso positivo para a doença e, a partir dele, investigar pessoas com quem o contaminado teve proximidade no período de transmissão do vírus e que também podem estar infectadas.

De acordo com a assessora técnica da coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde da Sesa, Sarah Mendes D’Angelo, esse mapeamento já vem sendo realizado no Estado desde abril de 2020. Ela estima que entre 1.000 e 1.100 contatos são rastreados por semana

D’Angelo ressalta que o rastreamento de contatos “é cientificamente comprovado como uma das atividades que interrompem cadeias de transmissão e, portanto, reduzem a velocidade do crescimento do número de casos”. 

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A partir do rastreamento, afirma a assessora técnica, é possível orientar quem esteve exposto ao vírus sobre a importância de cumprir quarentena, por pelo menos 14 dias. As ações são realizadas por meio de telefonemas e pela internet.

“Desde abril (do ano passado), a gente iniciou com essa atividade fazendo telefonemas. Basicamente, uma equipe ligava para esses contatos, solicitando que estes informassem as pessoas com quem eles tiveram proximidade no período de transmissão da doença. E, em seguida, a gente ligava” para elas. 

D’Angelo detalha ainda que todo o trabalho é realizado “eticamente”, sem que haja a identificação das pessoas rastreadas. “O primeiro contato pode ocorrer via telefone, por um profissional da Sesa do município de residência, ou via WhatsApp, que é disparado pelo bot (robô) do Plantão Coronavírus”. 

Volume ‘insignificante’  

Embora o rastreamento da doença seja sempre bem-vindo, o volume de pessoas rastreadas no Estado ainda é “insignificante”, considerando o atual cenário da pandemia, que se agrava por todo o território cearense. É o que avalia o infectologista e professor de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Roberto da Justa. 

“Em uma pandemia que já está tão intensa, é insignificante fazer mil rastreamentos por semana. É uma estratégia perfeita, mas que deveria estar sendo feita em uma escala bem grande. Mas melhor (ter) algum rastreamento do que nenhum”. 

Para o especialista, além de rastrear, é necessário testar esses contatantes e disponibilizar uma infraestrutura para isolar os casos positivos. Pois, mesmo doentes, muitas pessoas quebram o isolamento. 

“O protocolo adequado é identificar todos o contatantes, avaliá-los para saber se estão doentes ou não e testá-los. Rastrear e testar são dois procedimentos que são combinados. Um não pode ser dissociado do outro”. 

Auto rastreamento 

A Sesa também vem incentivando a realização do auto rastreamento, a partir do qual a população pode tomar a iniciativa de informar à Pasta algum sintoma de Covid-19 que venha a apresentar. Para isso, a secretaria disponibiliza o bot (robô) por meio do Plantão Coronavírus e o WhatsApp no número 85 9 8439-0647.  

“Se por algum acaso eu vier a apresentar sintomas, eu entro no protocolo de casos suspeitos até que seja feito o teste, confirmando ou descartando a minha condição de saúde, de infecção ou não pelo coronavírus”, explica Sarah Mendes D’Angelo.  

Por isso, acrescenta, é importante que a população forneça corretamente o número de um telefone, caso o tenha. “Informe corretamente esse número para que você possa ser monitorado e cuidado pela nossa tecnologia de rastreamento de contatos”, orienta. 

O Plantão Coronavírus pode ser acessados pelos seguintes canais: 

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