Pesquisa de doutoranda da UFC sobre o impacto da Covid-19 na gravidez recebe prêmio internacional

Estudo de Letícia Cavalcante investiga possíveis consequências da Covid-19 na gravidez para o neurodesenvolvimento do feto

Escrito por Redação ,
Legenda: A equipe e a doutoranda realizam a coleta de amostras na fase pré-natal da gestante, a partir de uma amostra sanguínea da mãe. Já no parto, são colhidos placenta, cordão umbilical e sangue do cordão.
Foto: Shutterstock

Uma pesquisa realizada pela aluna de doutorado Letícia Régia Lima Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará (UFC), sob orientação da professora Danielle Macêdo Gaspar, foi premiada internacionalmente no Congresso Covid Generation (COVGEN) Research Summit, sediado em Chicago (EUA). 

O trabalho premiado investiga as possíveis consequências da Covid-19 na gravidez para o neurodesenvolvimento do feto e faz parte do projeto "Complicações Neuropsiquiátricas Decorrentes da Exposição Pré-Natal ao Vírus SARS-CoV-2: Atenção ao Binômio Mãe-Bebê", financiado pelo Ministério da Saúde/CNPq. 

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A doutoranda afirma que "é muito gratificante saber que a nossa pesquisa foi reconhecida dentre tantos grupos de altíssimo nível do mundo inteiro. Acima de qualquer coisa, este reconhecimento representa um incentivo para continuar acreditando na ciência brasileira e continuar trabalhando na construção do conhecimento científico". 

Até o momento, este é o único projeto brasileiro integrando o congresso, no qual participaram pesquisadores de diversos países que se debruçaram a compreender os impactos da doença tanto para famílias quanto para crianças. 

Para a professora orientadora, o COVGEN "ressalta a importância do trabalho premiado para a difusão da iniciativa criativa, assim como sua contribuição significativa para a disseminação de uma ciência mais acessível".

Legenda: Doutoranda Letícia Cavalcante é reconhecida com prêmio internacional
Foto: Divulgação/UFC

Finalização das coletas

De acordo com Letícia Cavalcante, o projeto atualmente está na fase de finalização das coletas de amostras do último grupo de estudo, para então o material biológico ser analisado. Para isso, serão realizadas parcerias nacionais e internacionais. 

A equipe e a doutoranda realizam a coleta de amostras na fase pré-natal da gestante, a partir de uma amostra sanguínea da mãe. Já no parto, são colhidos placenta, cordão umbilical e sangue do cordão. 

Além disso, a saliva do bebê é colhida nas primeiras horas vida, assim como o leite materno nos primeiros meses. A cada seis meses, o bebê passa por avaliações de neurodesenvolvimento e são colhidas amostras de sangue, saliva e fezes.

"A ideia é investigar a capacidade do vírus em causar alterações no desenvolvimento da criança, relacionando estes achados com possíveis alterações moleculares mais precoces observadas nas amostras coletadas no pré-natal e no parto. Com a identificação destes marcadores precoces, seria possível desenvolver estratégias de prevenção contra contra o surgimento destas alterações nos bebês".
Letícia Cavalcante
doutoranda pela UFC

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