"O balanço é positivo”: secretário da saúde avalia 6 meses da vacinação contra a Covid-19 no Ceará

Dr. Cabeto reafirma que o objetivo do Estado é imunizar toda a população vacinável, incluindo adolescentes, com pelo menos uma dose até agosto.

Escrito por Fernanda Aires e Nícolas Paulino , metro@svm.com.br
Legenda: Dr. Cabeto elogia trabalho das equipes municipais de saúde na busca ativa e aplicação rápida das vacinas.
Foto: Natinho Rodrigues

A vacinação contra a Covid-19 no Ceará completa seis meses nesse domingo (18), com mais de 5 milhões de doses aplicadas, mas ainda distante da meta ideal de cobertura. Apesar dos percalços no processo - como atrasos na entrega de lotes e questionamentos na eficácia das vacinas -, a avaliação do secretário estadual da Saúde é positiva.

Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, credita os cerca de 40% da população cearense imunizados com a primeira dose (D1), até esta quinta-feira (15), a uma série de fatores.

“A participação dos municípios, a liga que foi criada com a população do Estado, o sistema de logística e a aplicação rápida fizeram com que a gente chegasse a esses números”, disse em entrevista ao Sistema Verdes Mares.

Para ele, o destaque do Ceará entre os Estados brasileiros se deve ao trabalho “muito pulverizado”, que sai da Sesa em direção às áreas descentralizadas de saúde (ADS), às microrregiões e aos municípios. 

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Acho que é um balanço positivo. Cabe aqui ressaltar o trabalho das pessoas. Em regiões distantes, é preciso ir em busca da pessoa que não tem acesso. Isso foi feito de forma brilhante, com um trabalho intenso e muito bem feito.

Na divisão de tarefas atribuída por lei, o Governo Federal é quem adquire as vacinas e envia aos Estados. Estes funcionam como mediadores e as distribuem aos municípios, que são a ponte direta com a população.

“Eu acho que dentro do que é possível um Estado executar, o Ceará tem executado com muita maestria”, destaca Cabeto.

IMPORTÂNCIA DA VACINA

O secretário estadual faz um apelo a quem não está comparecendo aos postos de vacinação, sobretudo a população masculina e aqueles que põem em xeque a eficácia de algumas vacinas, conhecidos como “sommeliers”.

“Não tenha medo de se vacinar. Todas as vacinas são eficientes, mostram efetividade. Além disso, é preciso sim ter as duas doses aplicadas, principalmente quando falamos de variantes como a Delta. A segunda dose fornece a proteção necessária”, reforça.

A Sesa projeta que a proteção coletiva por meio da vacina só deve ser alcançada com, no mínimo, 70% da população vacinada. O crescimento deste indicador depende diretamente da disponibilidade de doses.

SPUTNIK V

O secretário prevê ainda que, ainda neste mês, a vacina russa  Sputnik V deve chegar ao Ceará para reforçar a imunização. O primeiro lote terá 190 mil doses. Elas devem ser encaminhadas primeiro para o município de Limoeiro do Norte, onde 100% da população deve ser vacinada e será conduzido um estudo de eficácia. Depois, outros municípios devem ser contemplados.

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VACINA PARA ADOLESCENTES

Cabeto também mantém a expectativa de vacinar adolescentes de 12 a 17 anos até o mês de agosto, já que a Pfizer já foi liberada pela Anvisa para aplicação nesse público e a Coronavac também se mostrou eficaz, em estudos conduzidos em outros países. Nessa sexta-feira (16), o secretário encaminhou solicitação ao Ministério da Saúde para que adolescentes com comorbidades e deficiência física possam ser incluídos imediatamente no público-alvo.

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SEGUNDA DOSE ANTECIPADA

O secretário comentou ainda sobre a possibilidade de antecipar a segunda dose das vacinas Astrazeneca e Pfizer, que podem ter um intervalo de até 90 dias entre as imunizações.

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“Num cenário onde há carência de vacinas, faz sentido fazer a segunda dose com um tempo um pouco maior. Mas, à medida que você tem a possibilidade de fazer a aquisição precoce, é também importante a discussão de encurtar esse espaço, principalmente quando se trata dos professores. Queremos sim que o Ceará possa oferecer ao estudante de escola pública a possibilidade de voltar às aulas presenciais. Sabemos da importância disso”, afirma.

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