Mesmo com feriado, feiras livres têm aglomerações de pessoas em bairros de Fortaleza

Segundo a Agefis, órgão responsável por fiscalizar e coibir a realização desses comércios, 20 bairros são fiscalizados diariamente na capital cearense

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: A reportagem flagrou barracas montadas e aglomerações de pessoas na Cidade 2000
Foto: Foto: Marina Alves

Contrariando o decreto estadual que determina o fechamento de serviços não essenciais no Ceará para conter a transmissão do novo coronavírus, algumas feiras livres em bairros de Fortaleza funcionaram, neste feriado de 1º de maio, e registraram intensa movimentação. Além de estarem próximas umas das outras, muitas pessoas não usavam máscaras.

Pelo menos três pontos da Capital registraram aglomeração de pessoas na manhã desta sexta-feira (1º). No bairro Bom Jardim, Regional V de Fortaleza, a feira de rua realizada tradicionalmente às sextas-feiras ocorreu como de costume, apesar da proibição. Imagens mostram diversas barracas armadas e um grande número de pessoas circulando no local. Na Cidade 2000, Regional II, o cenário foi semelhante. 

O Sistema Verdes Mares flagrou barracas montadas sem respeitar o distanciamento mínimo e sem utilização de nenhum equipamento de proteção individual. Outro ponto com flagra de grande circulação de pessoas foi o Centro de Fortaleza, na Rua Governador Sampaio. Segundo um morador, que preferiu não ser identificado, apesar de no local existirem lojas de serviços essenciais, “muitas bancas de comidas foram instaladas no meio da rua. Perfumarias e lojas de descartáveis também estão funcionando como não existisse nenhuma pandemia no mundo”, criticou.

Medidas

De acordo com a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), autarquia responsável por fiscalizar e coibir a realização dessas feiras, o trabalho de atuação dos fiscais é constante. “Diariamente, cerca de 20 bairros são percorridos, além da orla marítima (Praia de Iracema, Beira-Mar e Praia do Futuro), com até 91 pontos de atendimentos”. Segundo a Agefis, neste período de pandemia o órgão tem feito o “encerramento de feiras livres e comércio ambulantes, fiscalizado pequenos comércios, padarias, supermercados, praças e demais espaços públicos”. 

A Agefis informou ainda que utiliza recursos como câmeras de monitoramento e drones para identificar aglomerações. Para auxiliar o ordenamento de filas em agências bancárias, são utilizados caixas de som portáteis, megafones e carros de som. Segundo o diretor de Operações da Agefis, Neuvani Vasconcelos, o objetivo das ações “é evitar aglomerações, fiscalizar estabelecimentos e garantir o cumprimento do Decreto estadual nº 33.519/2020, que contém as instruções para o fechamento do comércio em todo o estado, a fim de evitar a propagação do novo coronavírus”. 

Vasconcelos destacou que o trabalho de fiscalização ganhou reforço da Guarda Municipal, Defesa Civil, Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e Polícia Militar, e conta ainda com apoio dos Agentes de Cidadania e Agentes de Endemias. Apesar de todas as ações, Neuvani destaca “a falta de conscientização de muitas pessoas” como um dos gargalos a serem superados no combate ao novo coronavírus.

Legenda: Apesar dos registros de aglomerações, a Agefis disse que fiscaliza, por dia, 20 bairros da capital cearense
Foto: Foto: VcRepórter

Segundo ele,  mesmo com equipes fixas em feiras cuja realização já é tradicional, “as pessoas insistem em montar barracas, indo contra todas as determinações dos órgãos de saúde”. 

Proibição 

O decreto que proíbe o funcionamento de atividades não essenciais no Estado foi assinado pelo governador Camilo Santana (PT) em 19 de março. Sua vigência tem data estipulada até 4 de maio. No Ceará, o coronavírus já matou 505 pessoas, conforme último balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), às 9h04 desta sexta-feira (1º). Em todo o Estado, já são7.879 casos confirmados da Covid-19. Apenas 34 dos 184 municípios cearenses não contam com casos confirmados, ainda conforme a Sesa. 

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