Lotação de UTIs em Fortaleza torna “impossível” transferir pacientes do interior, afirma Dr. Cabeto

Secretário explica que transferências foram possíveis na primeira onda porque Covid-19 se espalhou primeiro na capital; agora, alta de casos é simultânea

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Leitos UTI Covid no Ceará
Legenda: No Ceará, segunda onda da pandemia de Covid-19 atinge Fortaleza e interior, dificultando suporte da Capital a outros municípios
Foto: Helene Santos

O aumento contínuo de casos de Covid-19 no interior do Ceará e em Fortaleza tem acendido o alerta das autoridades sanitárias quanto à capacidade da rede hospitalar pública. Em entrevista do Sistema Verdes Mares, o secretário da Saúde, Dr. Cabeto, afirmou que transferir pacientes de outros municípios para a Capital hoje “não é possível”, já que a segunda onda atinge todos os territórios.

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O médico e gestor da Sesa explica que, no primeiro momento da pandemia, entre março e junho de 2020, as transferências de infectados pelo coronavírus foram uma estratégia utilizada porque a doença se espalhou primeiro na capital, e só depois houve o processo de interiorização.

“Agora, isso não é possível, porque temos ondas concomitantes. E isso vai forçar a estrutura do interior. Por isso, recomendamos aos municípios de maior risco que avaliem a capacidade de atendimento, a necessidade de insumos, porque será necessário expandir”, alerta.

Ampliação de leitos

A secretaria já havia confirmado, na última quinta-feira (18), a ampliação do número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos três hospitais regionais do Ceará. Ao todo, serão abertos mais 120 leitos de alta complexidade nos municípios de Juazeiro do Norte (Hospital Regional do Cariri), Sobral (Hospital Regional Norte) e Quixeramobim (Hospital Regional do Sertão Central).

Uma parceria com um grupo privado também pretende injetar mais 60 leitos específicos para Covid no interior do Estado. Apesar disso, Dr. Cabeto ressalta que “não é só com ampliação de leitos que se resolve uma pandemia”, destacando que houve saturação da capacidade de atendimento em vários países.

“Não é preciso só leito: é profissional, equipe, logística de distribuição de oxigênio também. Por isso, precisamos frear a ascensão da curva. É uma grande justificativa pra mantermos medidas restritivas, e isso só é possível com ajuda da população. Nesse momento, cabe um sacrifício de todos”, apela Dr. Cabeto.

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