Fortaleza convoca para vacinar contra Covid-19, até domingo, 40 mil a mais que na semana anterior
O maior número de agendamentos está previsto para sábado, com 45 mil pessoas. A chegada de vacinas e o aumento dos postos afeta a capacidade de aplicação
Ao menos 129 mil moradores de Fortaleza foram convocados pela Prefeitura, conforme as listas oficiais já divulgadas, para serem vacinados contra a Covid-19 entre os dias 7 e 13 de junho. Nos agendamentos feitos para esses dias, há 40 mil pessoas a mais que na semana anterior - 31 de maio a 6 de junho. No sábado (12), consta o maior número de agendamentos, com 45,5 mil pessoas chamadas para comparecerem aos postos de vacinação da Capital.
O número elevado pode ter relação com a chegada de vacinas, e também com a ampliação dos postos de imunização em Fortaleza. A partir desta terça-feira (8), a gestão municipal passou a utilizar 53 centros durante a semana. Antes, os fortalezenses eram atendidos em 23 locais. A ampliação dos postos influencia no aumento da capacidade de vacinação.
A campanha foi ampliada com 26 postos de saúde, três policlínicas e um salão no North Shopping Jockey. No Centro de Eventos, onde já ocorreu vacinação, mais um salão foi destinado para a atividade.
Um balanço feito pelo Diário do Nordeste com base nas listas oficiais de convocação divulgadas pela Prefeitura, indica que, desde o começo de maio, a semana de 7 e 13 de junho é a que, até o momento, teve mais gente convocada para se vacinar na Capital.
O total de pessoas agendadas por dia pelo poder público municipal para receber a 1ª ou a 2ª dose tem variações. A menor quantidade, nesse intervalo, foi de 4,7 mil pessoas em um dia, e a maior, 36 mil, ambos na primeira semana de maio.
A diferença também de uma semana para outra também chegou a ser de mais de 40 mil pessoas convocadas entre os dias 3 a 9 de maio e a semana de 10 a 16 de maio.
Expectativas da vacinação
Dentre os milhares de convocados para essa semana, está a funcionária pública Mayrla Pinto Veras, de 59 anos. Ela teve Covid em maio de 2020, e nesta segunda-feira (7), se vacinou. Mayrla diz que não esperava que a vacinação do público geral abrisse agora e ficou “muito emocionada e agradecida".
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No dia, ela utilizou a modalidade drive-thru, no Centro de Eventos do Ceará, indica que teve que esperar na fila durante cerca de uma hora. "Na hora que me vacinei foi uma mistura de emoções. E tanta gratidão. Não sabia se chorava ou sorria. Achei bem organizado e rápido", reforça.
A médica epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lígia Kerr, avalia que, com a abertura da vacinação para o público não prioritário, “vamos agora ter um processo de expansão e temos a possibilidade de vir mais vacinas. Passamos vários processos que saem totalmente daquilo que é previsto no Programa Nacional de Imunização. Isso tudo se deu por causa da ausência de vacinas suficientes, o Governo Federal não comprou e nós dependemos".
Ampliar de forma estratégica
Ela acrescenta que, além da falta de imunizantes, há obstáculos como o cadastro para o recebimento da vacina.
Tem em muitos bairros pessoas com dificuldade de registrar, o registro tem que ser feito via app, são muitos fatores interferindo, pessoas que não têm acesso, não sabem lidar, manejar. São muitos fatores que, quando você fala em acelerar, tem que saber acelerar onde".
A médica reforça que nas populações mais vulneráveis pelas condições sociais, como os bairros mais atingidos da Capital, por exemplo, Bom Jardim e Barra do Ceará, "continuam com problemas sérios”.
Em relação à necessidade de continuar os protocolos de segurança mesmo após a população imunizada com 2 doses, a médica reforça que temos uma composição de vacinas que são diferentes em efetividade. “Quanto mais vacinarmos, melhor é. Mas ainda assim, não podemos deixar medidas preventivas de lado, como uso de máscara. Precisa continuar usando máscara, higiene e quanto menos sairmos para aglomeração, melhor”.