Feira da Rua José Avelino deve ser transferida até 2015

Novo galpão deve ser entregue até o meio do próximo ano; objetivo é realocar os feirantes e desobstruir vias

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Os transtornos e irregularidades causados pelos feirantes da Rua José Avelino podem ser resolvidos em breve. Segundo o titular da Secretaria Regional do Centro (Sercefor), Ricardo Sales, a perspectiva é que, até o meio do próximo ano, sejam concluídas as intervenções que estão sendo feitas na antiga fábrica de tecido Filomeno Gomes, localizada no bairro Jacarecanga, que deve receber a feira.

A intenção é realocar os feirantes a fim de desobstruir as vias tomadas pelo comércio ambulante nas áreas da Avenida Alberto Nepomuceno e da Praça da Sé, onde não há permissão para a atuação dos comerciantes.

A construção é uma parceria público privada (PPP) na qual, segundo Ricardo Sales, todos serão beneficiados - os feirantes, que continuarão em uma área central -, o comércio formal e até mesmo a população, que sofre com a desordem no trânsito nos dias em que acontecia a feira. "Estamos com esse projeto em andamento e vale ressaltar que ele jáestá bem avançado", garante o secretário.

O equipamento privado terá, em média, 7 mil boxes que servirão para acomodar os comerciantes. Sales explica, ainda, que haverá um cadastramento para cada comerciante e, através de análises, será dada prioridade àqueles que não possuem nenhum box na feira e também no seu entorno. "Estamos tentando dar a oportunidade a quem realmente não possui o lugar onde vender seus produtos", destaca o gestor.

Faturamento

O secretário conta que, apesar de ser um mercado informal e da impossibilidade de haver uma contagem exata de quem trabalha atualmente neste comércio, já que o Município ainda não possui cadastramento, existe uma estimativa de 3 mil a 4 mil feirantes. O faturamento aproximado é de R$ 50 milhões por mês.

"Há dois motivos pelos quais não cadastramos os comerciantes da feira da Rua José Avelino. O primeiro deles é exatamente o fato de que muitos já possuem alguns boxes em galpões das redondezas. O segundo motivo é que, se cadastrarmos essas pessoas agora, iríamos oficializar a feira, tornando todo aquele local permitido. Já que existe a intenção de mudá-los dali, não será feito o cadastro. Apenas no novo galpão", ressalta o secretário Ricardo Sales.

O mercado informal deveria ter início às 19h de quarta-feira e terminar às 7h de quinta, e entre 19h de sábado e 11h de domingo. Entretanto, são observadas várias irregularidades.

Conflito

Os feirantes, que constantemente entram em conflito com a Guarda Municipal e são fiscalizados pela Prefeitura de Fortaleza, Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), se espalham pela calçada da Praça da Sé, fazendo das grades da Catedral Metropolitana verdadeiros varais de mercadorias. Na Avenida Alberto Nepomuceno, local também proibido, duas das três faixas da via são ocupadas por pessoas que colocam diversos produtos à venda.

De acordo com Sales, muitos vendedores que estão ali possuem boxes nos arredores ou mesmo nos locais que são permitidos. "Porém, eles acham que a venda da mercadoria é bem melhor se for feita na rua. Quando acontece a retirada dos comerciantes dos locais onde não há autorização, todos falam que estão ali por não terem outro lugar para vender seus produtos, o que não é verdade. Cada um deles tem o seu espaço nas ruas onde a Prefeitura permite as vendas", comenta.

O secretário explica que a Prefeitura de Fortaleza reconhece a feira, porém a mesma não é oficializada. Os pontos onde o comércio é permitido são a Rua José Avelino, Travessa Icó, Feirão do Viaduto e Rua Governador Sampaio.

Comércio Informal

Ocupação de espaços

A feira da Rua José Avelino é permitida entre as 19h de quarta-feira e 7h de quinta, bem como das 19h de sábado e 11h de domingo. No entanto, várias irregularidades são observadas, como a ocupação de três faixas da Avenida Alberto Nepomuceno. Comerciantes chegam a dormir no local para garantir espaço na feira. O mercado informal se espalha pela calçada da Praça da Sé, fazendo das grades da Catedral Metropolitana de Fortaleza de varais para expor a mercadoria aos clientes. Motoristas costumam reclamar dos prejuízos causados no trânsito do local

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Patrícia Holanda
Especial para Cidade