Criança de dois anos morre por complicações de meningite em Fortaleza

Profilaxia foi feita em todos que tiveram contato com vítima por mais de quatro horas

Escrito por Marcelo Monteiro e Theyse Viana ,
Meningococo (Neisseria meningitidis), causador da meningite meningocócica
Legenda: O meningococo (Neisseria meningitidis) é a bactéria causadora da meningite meningocócica
Foto: Shutterstock

Uma criança de dois anos morreu, na última quarta-feira (1º), de meningococcemia em Fortaleza. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo relatos, o menino apresentou os primeiros sintomas na segunda-feira (30). Nesse dia, ele tinha ido para a aula, em uma escola particular, localizada no bairro Sapiranga, em Fortaleza. 

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Na terça (31), ele foi hospitalizado. No entanto, apesar dos cuidados médicos, a criança foi a óbito na madrugada dessa quarta (1º).

A SMS informou, em nota, ter sido notificada do caso nessa quarta, tendo prontamente iniciado investigação em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Conforme a Pasta municipal, a profilaxia contra a meningite foi iniciada em todas as pessoas que tiveram contato com o paciente por mais de quatro horas, incluindo os colegas de classe e professores.

Criança estava vacinada

A avó da criança relatou que o menino estava imunizado com "todas as vacinas existentes" para meningite. Contudo, ele chegou a apresentar febre de 39,5 °C, o que motivou a ida dele à emergência de um hospital particular. Lá, ele recebeu dipirona e voltou para casa.

No dia seguinte, a criança voltou ao hospital e realizou alguns exames. Após piorar, ela foi levada a outra unidade de saúde, mas não resistiu.

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O que é meningite

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbin), a meningite é a inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A enfermidade pode ser causada por vírus — menos graves, em geral — e bactérias, que provocam infecções mais severas.

Já a meningococcemia, ainda conforme a Sbin, caracteriza-se como uma infecção generalizada, quando a bactéria causadora da meningite atinge a corrente sanguínea. O quadro ocorre em infecções provocadas pela bactéria meningococo.

As meningites bacterianas podem ser prevenidas pela imunização, recomendada pela entidade especialmente para crianças e adolescentes.

Apesar de ser pouco comum em adultas, a vacinação deve ser considerada em situações de risco, como surtos na comunidade e viagens para locais com risco de transmissão. 

Casos no Ceará 

Em 2020, o Estado somou 225 casos e 22 mortes pela doença. Já neste ano, até agosto, 108 pessoas foram infectadas e 7 morreram, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Fortaleza concentrou, de janeiro a agosto de 2021, mais da metade dos registros do Estado todo: 60 dos casos confirmados e 5 dos óbitos por meningites foram na Capital. As ocorrências consideram pessoas com doença meningocócica e outras meningites.

Cobertura vacinal

A maior preocupação em relação à presença dos agentes causadores da meningite é a queda na busca pela vacinação. No Ceará, até junho, todas as vacinas contra a doença tinham cobertura abaixo de 70%, quando o ideal é atingir, pelo menos, 95% do público. Os índices de cobertura são os piores dos últimos anos.

As principais vacinas que combatem a meningite são ofertadas no SUS, como a meningocócica C, aplicada a partir dos 3 meses de vida; e a meningocócica ACWY, para adolescentes. Na rede privada, as clínicas dispõem da meningocócica B e da ACWY.

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