Ceará é o terceiro do Nordeste em incidência por sífilis congênita

Número de casos em menores de um ano de idade cresceu 6% no Estado entre 2014 e 2015, atingindo 1.115 ocorrências no ano passado

Escrito por Redação ,

O crescimento significativo dos casos de sífilis no Brasil tem chamado a atenção do Ministério da Saúde e já é tratado como epidemia. Segundo dados do Boletim Epidemiológico da pasta, divulgado nesta sexta-feira (21), no Ceará, por exemplo, os casos de sífilis congênita (em menores de um ano de idade) cresceu 6% entre 2014 e 2015, atingindo 1.115 ocorrências no ano passado. A taxa de incidência no Estado, inclusive, é de 8,7 casos para cada mil nascidos vivos, sendo a terceira mais elevada do Nordeste.

Na região, o Ceará fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, com nove ocorrências a cada mil nascidos vivos, e Sergipe, com 10,9 casos. Em quase dez anos, entre 2006 e outubro deste ano, 8.459 bebês cearenses contraíram a doença na hora do parto, com 33 óbitos no período. A taxa de incidência da congênita no Ceará supera a média nacional, que é de 6,5 para o mesmo grupo de crianças. 

Conforme o levantamento,  também há uma tendência de que o número de casos de sífilis congênita avance ainda mais no Ceará neste ano. Até outubro, por exemplo, já eram 813 confirmações e dois óbitos.

Avanço geral

Além da congênita, o Ceará também registrou aumento nas duas outras modalidades da sífilis, segundo informou o boletim do Ministério da Saúde. Entre 2014 e 2015, a doença adquirida (qualquer pessoa pode contrair) teve aumento de 23%, de 495 casos para 610, e de 16% entre gestantes, de 797 para 925 casos.

Por conta da epidemia, o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais iniciaram ações urgentes de combate ao avanço da sífilis. Entre elas, o incentivo à realização do pré-natal precoce, ainda no primeiro trimestre da gestação, a ampliação do diagnóstico (por meio de teste rápido), tratamento oportuno para a gestante e seu parceiro e incentivo à administração de penicilina benzatina.

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