Cai número de cidades com pacientes aguardando leitos Covid-19 no Ceará, mas 77 municípios têm filas

No mês passado, o Estado contava com 109 municípios à espera de leitos

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
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Legenda: Medidas de prevenção à doença ainda seguem sendo necessárias a todos.
Foto: Divulgação/Governo do Ceará

Apesar de ter havido redução em relação ao mês anterior, quatro em cada dez cidades do Ceará contam com pacientes aguardando leitos de Covid-19 nesta quinta-feira (10). Do total de 184 municípios, 77 estão com filas de espera. Em maio, este número chegava a 109 localidades. Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Das 157 solicitações em andamento atualmente nessas cidades, 84 são para unidades de terapia intensiva (UTI) e 73 para enfermarias. Os municípios que mais somam pedidos são Fortaleza, com 19; Juazeiro do Norte, com 15; e Caucaia, Barbalha e Sobral, com 5 cada uma.

Até ontem (9), a taxa geral de ocupação de leitos de UTI estava em 85,44% no Estado e 86,87% para UTI Adulto. Já as enfermarias contavam com 60,75% para ocupação geral e 59,74% para adultos.

Neste cenário, as cidades de Icapuí, Crateús, Barbalha e Aiuaba têm 100% dos leitos ocupados. Em seguida estão Canindé (95%); Juazeiro do Norte (89%); Fortaleza (79%); Sobral (78%); Maracanaú (69%); e Eusébio (65%).

Ocupação ainda alta

De acordo com o epidemiologista, biólogo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciano Pamplona, apesar da estabilização do atendimento, o índice de ocupação de leitos ainda está relativamente alto, “porque a gente diminuiu bastante a transmissão da doença, mas esses pacientes internados ainda demandam um tempo [para saírem das unidades de saúde]”.

Como a gente tá reduzindo a transmissão, não teria justificativa para aumentar a demanda por leitos num prazo curto de tempo. Particularmente, eu acredito que o cenário das próximas semanas e meses é mais favorável para gente melhorar essa condição”
Luciano Pamplona
Epidemiologista e professor da UFC

Pamplona ressalta também que o resultado da vacinação foi “extraordinário” no Ceará. Algo muito importante, segundo o especialista, foi a alta redução das internações e dos óbitos na população idosa e nos profissionais da saúde, os primeiros a se vacinar na região.

Terceira onda

No entanto, o professor da UFC explica que ainda há o risco de haver uma terceira onda de casos no Estado, visto que o ritmo da Campanha de Imunização “não atende a nossa necessidade, basicamente por falta de vacinas [suficientes]”.

“Esse ritmo lento pode contribuir para que a gente tenha uma terceira onda, mas não num futuro muito próximo, eu não acredito em terceira onda nesse momento, mas sem dúvida nenhuma o impacto da vacinação surte muito efeito não só pra gente reduzir internação e mortalidade, mas também o impacto de uma eventual nova onda”, esclarece.

A longo prazo, o epidemiologista destaca que as ações da campanha devem continuar por serem uma “estratégia fundamental de prevenção para qualquer doença”. Além disso, é necessário que as pessoas continuem seguindo as medidas de proteção contra o vírus: fazendo distanciamento social, evitando aglomerações, utilizando máscaras de proteção e realizando higiene das mãos e do ambiente.

“Muito desse legado positivo da pandemia vai ficar, acredito que isso ajuda a longo prazo. Diferente de alguns anos atrás, ninguém mandaria uma criança ou adolescente gripado para a escola sem, no mínimo, um peso na consciência. Acredito que muitos de nós hoje não volte mais a entrar em casa com o sapato que veio da rua”, exemplifica.

Covid-19 no Ceará

Até esta quarta-feira (9), o Ceará soma 833.862 casos confirmados de Sars-Cov-2 e 21.379 óbitos. Os municípios com as maiores incidências por 100 mil habitantes são Moraújo (20.942,2); Frecheirinha (20.622,5); Acarape (18.025,3); Eusébio (16.906,6); Itaicaba (16.264,2); Brejo Santo (16.011,5); Quixeré (16.055,2); Redenção (15.984,6); Iracema (15.821,5); e Tabuleiro do Norte (15.692,1).

O grupo mais atingido com as infecções foi o de mulheres entre a faixa etária de 30 a 34 anos (52.063); de 35 a 39 anos (51.249); de 25 a 29 anos (48.081); e de 40 a 44 anos (44.896). Logo após estão os homens entre 30 a 34 anos (41.777) e 35 a 39 anos (41.101). Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência da Sesa.

Campanha de Vacinação

O Estado conta com 3.127.980 doses de vacinas contra o coronavírus aplicadas até última atualização da Secretaria da Saúde no dia 9. Destas, 2.037.033 foram destinadas à primeira dose e 1.090.947 à segunda. Já Fortaleza aplicou 1.046.520 doses, 686.459  na D1 e 360.061 na D2.

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