Busca por desaparecidos em lancha chega ao 4º dia; Marinha já percorreu mais de 44 mil km²
Cinco tripulantes seguiam do Rio de Janeiro para o Ceará
Os cinco tripulantes da embarcação "O Maestro", que voltavam do Rio de Janeiro para o Ceará, continuam desaparecidos em alto-mar. A Marinha do Brasil realiza nesta quarta-feira (3) o quarto dia consecutivo de buscas.
Em nota, a Marinha informou que, até agora, "não foram encontrados indícios que pudessem contribuir para a localização da embarcação e de seus ocupantes". "As buscas seguem padrões técnicos e consideram os efeitos de correntes de deriva e ventos observados na área", diz o texto.
Participam do trabalho um navio-patrulha da Marinha, duas aeronaves (uma da Marinha e outra da Força Aérea Brasileira), além de embarcações e aeronaves civis. O navio e as aeronaves, ainda segundo a Marinha, já realizaram varredura de mais de 44 mil quilômetros quadrados (km²), em área distante até 90 quilômetros da costa.
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Tatiana Cruz, esposa do empresário e proprietário da lancha, Ricardo Kirtis, acredita que os tripulantes estão vivos, tendo em vista o aparato de segurança montado para a viagem marítima com mantimentos, coletes de proteção e sinalizadores. Por “algum detalhe” eles ainda não foram encontrados.
“Está faltando algum detalhe para poder achar esses homens, porque eles estão vivos, eu tenho certeza”, pondera Tatiana, lembrando que o companheiro havia antecipado a possibilidade de imprevistos durante o retorno. “O Ricardo falou que poderia acontecer… Se houver vulcão, a gente sai dessa forma, se houver ondas altas, a gente sai dessa forma. Então, quer dizer, eles estavam muito mais do que preparados”, argumenta.
Ainda nas palavras e no otimismo de Tatiana, o grupo será encontrado com vida, ainda que em condições vulneráveis por causa do período no mar.
“Não tem o que falar, tem só que achar eles. Eles vão estar debilitados, com fome e com sede, mas vão estar vivos. A gente só precisa achar eles”.
Desaparecimento
O grupo desapareceu no dia 29 de janeiro, três dias após sair da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, rumo a Vitória, no Espírito Santo, para fazer o primeiro abastecimento da lancha. Um dia antes, porém, o motor da embarcação havia apresentado problemas técnicos.
Estavam na embarcação: Guilherme Ambrósio, como comandante; Cláudio de Souza, operador de máquinas; Wilson dos Santos, pescador; e Ricardo Kirts e Domingos de Souza, donos do equipamento.
Familiares relatam que no último contato, os homens descreveram as condições insatisfatórias do tempo. Naquele dia, afirmam, chuva e vento estavam intensos, o que dificultaria a continuidade do trajeto.