Análise: Ceará foi superior e não deu chance ao Fortaleza no Clássico-Rei

O 7º Clássico-Rei do ano, o 2º pela Série A, foi de claro domínio do Ceará, impondo uma superioridade do início ao fim do jogo, construindo uma vitória a naturalidade, vencendo com golaços de Lima e Cléber

Legenda: Cléber marcou um golaço, decretando a vitória alvinegra no Clássico-Rei
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Foi a vitória da superioridade. Em uma partida em que dominou em todos os aspectos, técnicos, táticos e físicos, o Ceará bateu o Fortaleza por 2 a 0, pela 26ª rodada da Série A, no último Clássico-Rei de 2020.

Com a vitória, o Vovô igualou em vitórias nos clássicos no ano, três, e mais do que isso, pegou o elevador na classificação, chegando ao 9º lugar com 35 pontos, se consolidando na zona da Sul-Americana.

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Outra estatística favorável ao Alvinegro após a vitória de ontem é a supremacia em Clássicos-Rei na Série A: agora são 7 vitórias em 13 jogos, contra apenas duas derrotas.

Já o Fortaleza, se mantém com 30 pontos, agora na 14ª colocação, se aproximando perigosamente da zona de rebaixamento. São apenas dois pontos de vantagem para o Vasco, time que abre o Z4, aumentando a pressão sob o técnico Marcelo Chamusca, que venceu apenas uma vez em sete jogos. As próximas partidas dos cearenses são pedreiras: enquanto o Ceará pega o Santos no domingo, 27, às 18h15 na Vila Belmiro, o Fortaleza recebe o Flamengo no sábado, 26, no Castelão, às 19 horas.

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Em 6 clássicos este ano, os jogos foram muito equilibrados, com alternâncias de domínio e vitórias definidas nos detalhes. Mas ontem não. O 7º Clássico-Rei do ano foi de claro domínio do Ceará, impondo uma superioridade do início ao fim do jogo, construindo uma vitória a naturalidade. Para a torcida alvinegra, no Clássico-Rei natalino, é um presente de Natal pela atuação da equipe.

Foi a vitória de um time mais maduro, com jogadores executando bem suas funções, também uma entrega tática que fez a diferença.

Enquanto o Fortaleza estava em uma marcha mais lenta, sem a volúpia vista sob o comando de Rogério Ceni, o Ceará marcou mais, brigou mais e preencheu melhor os espaços em campo, seja ofensivos ou defensivos. Todo time do Ceará cumpriu suas funções primordiais da posição, mas a atitude como time, como conjunto, fez a diferença.

Os exemplos claros disto são os preenchimentos de espaço e marcação dos atacantes alvinegros, com Cléber, Lima e Léo Chú participando da transição defensiva, desarmando para que jogadas fossem criadas.

Já pelo lado tricolor, seu ataque foi praticamente nulo, mesmo com Wellington Paulista de referência, a novidade Yuri César e David.

A defesa alvinegra, bem postada com Luiz Otávio e Tiago Pagnussat, venceu todos os duelos pelo alto, e o goleiro Richard trabalhou apenas em saídas de bola, quando o Fortaleza, sem repertório ofensivo, intensificou seu jogo na bola aérea, mas sem sucesso. Com tanta superioridade, o Vovô criou as principais chances do jogo, após um início de partida brigado, com muitas faltas e jogadores mais preocupados em se impor na força.

O jogo

Mas após 10 minutos de pouco futebol, aos 14 minutos, Lima foi derrubado na área por Jackson: Vina bateu o forte o pênalti, mas Felipe Alves fez grande defesa.

Mas a superioridade do Vovô continuou e, mesmo sem Vina inspirado, ele perdeu duas chances claras seguidas em finalizações dentro da área. O time de Guto Ferreira manteve o controle do jogo até o fim do 1º tempo.

Na etapa final, logo com 2 minutos, o Alvinegro mostrou que não desperdiçaria tantas chances e abriu o placar em bela jogada de Lima, que avançou sem marcação até mandar no ângulo de Felipe Alves: 1 a 0 para o Vovô. O detalhe da jogada foi mais uma assistência de Vina.

Belo gol

Após o tento sofrido, Chamusca tentou mudar taticamente o Fortaleza, com a saída de Romarinho, apagado, e a entrada de Mariano Vázquez. Mas a alteração não surtiu efeito, já que como conjunto o Tricolor não funcionou.

E no ataque seguinte, o Vozão foi mortal, construindo uma bela jogada aos 9 minutos e ampliando. Ainda no campo de defesa, Léo Chú lançou Vina, que deixou Cléber em ótima situação para marcar mais um belo gol do Ceará: 2 a 0.

A partir daí, o Fortaleza foi para o desespero, já com Osvaldo, Bergson e João Paulo em campo, mas sem conseguir criar diante de uma equipe segura e bem postada como a de Guto Ferreira.

Após o apito final, a comemoração alvinegra de uma vitória merecida, construída com inteligência e que o credencia para sonhar mais. Para o Tricolor, a certeza de muito trabalho pela frente para contornar o momento delicado.

Ficha Técnica

Fortaleza 0x2 Ceará

Competição: Série A do Brasileiro - 26ª rodada
Local: Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 20 de dezembro

Árbitro: Anderson Daronco-RS
Gols: Lima e Cléber (Ceará)
Cartão Amarelo: Yuri César (Fortaleza), Léo Chú (Ceará)
Cartão Vermelho: Juninho (Fortaleza)

Fortaleza: Felipe Alves, Tinga (Gabriel Dias), Jackson, Paulão, Bruno Melo, Juninho, Felipe, Romarinho (Mariano Vázquez), Yuri César (Osvaldo), Wellington Paulista (Bergson), David (João Paulo). Técnico: Marcelo Chamusca.

Ceará: Richard, Samuel Xavier, Tiago Pagnussat (Klaus), Luiz Otávio, Bruno Pacheco, Fabinho, Fernando Sobral, Lima, Vina (M. Gonçalves), Léo Chú (Charles), Cléber (Saulo Mineiro). Técnico: Guto Ferreira.

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