Decorar ambientes, trazer vivacidade e torná-los confortáveis pode ser uma tarefa mais fácil ou mais difícil, dependendo do espaço em que se deseja fazer mudanças. Em ambientes menores, por exemplo, ter plantas pode ser complicado, mas os jardins verticais se tornaram opção.
Eles formam uma estrutura especial que utiliza uma parede como suporte e podem ter diferentes categorias de vegetação. Geralmente, são feitos de materiais leves justamente para possibilitar uma adaptação tranquila, além de simples, para irrigação e fertilização.
Hoje em dia, os jardins verticais são vistos em quatro versões: natural, preservado, artificial e moss. Em cada caso, segundo a arquiteta e urbanista Fernanda Rocha*, é necessário entender as características de cada um para entender como prosseguir na montagem.
Como fazer um jardim vertical?
Como fazer um jardim vertical requer estudo e, na maioria das vezes, o acompanhamento de um profissional da área. "Existem vários modos, especialmente hoje em dia, com muitas estruturas desenvolvidas para este fim. O que pode eventualmente torná-los mais complexos e dispendiosos", explica Fernanda Rocha.
Entre as dicas para montar um jardim vertical está, claro, a de procurar um profissional capaz de analisar o ambiente onde ele estará. Visitar uma loja especializada para escolher cada material que ele irá compor também é importante.
"Cada caso demanda uma solução específica, que necessita de profissionais habilitados e capacitados para o serviço", lembra Fernanda.
Irrigação
Assim como no momento da montagem, o processo de definição da irrigação de um jardim vertical requer estudo. Isso ocorre porque ele depende de outros fatores como o material escolhido, as plantas no jardim e até mesmo o espaço em que ele está.
"No caso de jardins no solo, pode ser feita inclusive manualmente, visto que as raízes, responsáveis pela absorção de água nas plantas, ali estão. Em outras condições de acesso a este abastecimento, deve-se recorrer a sistemas de irrigação, que a depender da solução do suporte e das condicionantes, também variam bastante", explica a arquiteta.
Ainda assim, também é possível optar por outras soluções, que podem até mesmo significar uma facilidade. Segundo a profissional, pode-se escolher o suporte da planta, disponível em material flexível e com blocos de plástico individuais ou em conjunto. Além deles, blocos de concreto pré-moldado e o sistema de distribuição e controle da irrigação, que em alguns casos podem fornecer nutrientes para as plantas.
Quais as melhores plantas para um jardim vertical?
Escolher quais plantas serão colocadas no jardim também requer muito cuidado. "Não é possível generalizar uma única solução, visto que cada situação requer um estudo específico das condicionantes climáticas: quantidade de sol/sombreamento, ventos, salinidade, se o jardim é sobre laje, vaso ou está no solo", aponta Fernanda.
Dessa forma, exemplos podem ser considerados. Especialistas mostram que, no caso de jardins verticais no solo, pode-se perfeitamente recorrer a espécies trepadeiras, adequadas ao lugar da intervenção.
"No Theatro José de Alencar, Roberto Burle Marx usa uma única espécie: a Thumbergia grandiflora, que hoje alcança quatro pavimentos. Mas já vi aqui mesmo em Fortaleza, uma situação em que alcançou seis pavimentos, de modo bastante rápido e com baixíssima manutenção", complementa a arquiteta.
Além disso, outras espécies também são conhecidas por serem comuns nesse tipo de jardim. Em ambiente de sol, espécies como a aspargo-pluma (Asparagus densiflorus), a barba-de-serpente (Ophiopogon jaburan), a brilhantina (Pilea microphylla), o colar-de-pérolas (Senecio rowleyanus),o clorofito (Chlorophytum comosum), a flor-canhota (Scaevola aemula) e a flor-de-coral (Russelia equisetiformis) são bem requisitadas.
Já em ambientes mais fechados ou de meia-sombra, o antúrio (Anthurium andraeanum), o asplênio (Asplenium nidus), a babosa-de-pau (Philodendron martianum), a barba-de-sepente (Ophiopogon jaburan), a bromélia (Guzmania sp), a columéia-peixinho (Nematanthus wettsteinii) e o chifre-de-veado (Platycerium bifurcatum) são mais comuns.
Jardim vertical barato
Diante de tantos fatores para montar um jardim vertical, uma dúvida frequente é como montá-lo com custos reduzidos, já que manter um espaço com diversas plantas pode ser algo dispendioso.
Para baixo custo, analisa Fernanda, a utilização de trepadeiras chega a ser algo considerado "imbatível". Nesse caso, tanto a implantação como a manutenção podem ser barateadas.
Assim, continua a especialista, quanto mais completo o sistema, maior será a demanda por manutenção e, consequentemente, os gastos tendem a ser maiores.
"E não falo apenas da irrigação, mas também da qualidade do solo que vai ficando sem nutrientes com o passar do tempo, visto que é dali que a planta se alimenta e vai também compactando e dificultando a sobrevivência das espécies", reitera.
Jardim vertical com pallets
Os pallets também podem ser uma opção mais barata, além de leve e fácil de serem manuseados. O cuidado, no entanto, será em relação ao peso e às intempéries capazes de atingirem esse jardim.
Além deles, outras opções de suporte são as telas metálicas, que podem ter algum tipo de proteção, telas plásticas e até mesmo redes de proteção.
Jardim vertical artificial
Por aqui, Fernanda é bem clara: não recomenda plantas artificiais nesse processo. "Segundo Burle Max, um jardim é 'sinônimo de adequação do meio ecológico para atender às exigências naturais da civilização' e claro está que não é esse o caso. Portanto, não vejo nenhuma vantagem em se ter/fazer algo desse tipo", explicita.
Existe jarro ideal?
O jarro ideal será o que possui maior sustentação. Portanto, é preciso analisar quais as características importantes para garantir a saúde das plantas e a melhoria do ambiente onde estarão localizadas.
*Fernanda Rocha é Arquiteta e Urbanista, diretora do Portas Abertas, experiências e aprendizagem cultural. Além disso, é professora e pesquisadora da Universidade de Fortaleza (Unifor).