Após derrubar drone, Irã acusa EUA de agressão; petróleo dispara
Teerã reclama na ONU que Washington invadiu seu espaço aéreo. É mais um incidente na região do Golfo Pérsico que aumenta a aposta em conflito militar
Referência para as oscilações dos preços dos combustíveis no mundo inteiro, o valor do barril do petróleo disparou, nesta quinta-feira, mais de 6% após um novo incidente entre EUA e Irã, aumentando o temor de um conflito armado no Oriente Médio, onde estão os maiores exportadores do produto.
Um drone teria invadido o espaço aéreo do Irã, que o abateu com um míssil e acusou os EUA de espionar seu território. O presidente americano Donald Trump reagiu, comentando que o país dos aiatolás cometeu um "grande erro".
A troca de hostilidades entre os governos de Washington e Teerã se intensificou desde o dia 8 de maio do ano passado, quando Trump anunciou a volta das sanções contra a economia iraniana, após quebrar um acordo internacional fechado por seu sucessor, Barack Obama, em 2015.
Pelo acordo, o Irã se comprometia a não desenvolver arsenal nuclear enriquecendo urânio. Em troca, o país persa era autorizado a voltar a exportar petróleo, aliviando suas contas públicas. Ao sair do acordo, a Casa Branca passou a marginalizar o país inimigo do mercado de petróleo, obrigando o Ocidente a cortar elos comerciais com o Irã.
Nos últimos dois meses, o desentendimento se agravou com navios danificados no estreito de Ormuz, importante corredor do Golfo Pérsico de escoamento do petróleo consumido no Planeta.
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As sabotagens misteriosas de petroleiros na costa dos Emirados Árabes e o ataque com um drone contra um oleoduto na Arábia Saudita elevaram apostas de uma guerra, revivendo o clima de crise do petróleo nos anos 1980. Nesta quinta-feira, o Irã acionou a ONU, acusando os EUA de agressão. Na última segunda, a Casa Branca anunciou o envio de mais 1.000 militares ao Oriente Médio. O Irã quer voltar a exportar petróleo e recuperar sua economia, já Trump quer a reeleição.