Trump recebe Bolsonaro e diz que apoia entrada do Brasil na OCDE
Os dois se reúnem a portas fechadas na Casa Branca
O presidente Jair Bolsonaro foi recebido, nesta terça-feira (19), na Casa Branca, pelo presidente Donald Trump, para sua primeira reunião bilateral com os EUA. Em entrevista à imprensa no salão oval, antes do encontro a portas fechadas, Trump disse que apoia a entrada do Brasil na OCDE e que pensa em como "facilitar" os vistos.
"Vamos apoiar a entrada do Brasil (na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE). Estamos trabalhando em várias questões militares e sobre as questões dos vistos para tudo funcionar com mais facilidade, mas o comércio que temos com o Brasil não é tão bom como deveria ser”, desconversou Trump, após ser questionado sobre contrapartida ao Brasil que anunciou isenção de visto para os americanos.
A OCDE atua como uma organização para cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas que devem guiar os países que dela fazem parte. Para entrar no acordo, são necessárias a implementação de uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um selo de investimento que pode atrair investidores no mundo.
Antes de Trump, Bolsonaro defendeu a parceria entre os dois países da América. "O presidente Trump quer uma América grande e eu também quero um Brasil Grande. A partir desse momento, o Brasil estará mais do que nunca engajado com os Estados Unidos".
E continunou: "É uma satisfação estarmos nos EUA depois de algumas décadas de presidentes antiamericanos, o Brasil mudou a partir de 2019. Obviamente temos muito a conversar, muita coisa a oferecer um para o outro, para o bem dos nossos povos".
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O presidente americano também destacou o bom momento que as relações Estados Unidos-Brasil estão passando ao receber seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, na Casa Branca.
"O Brasil e os Estados Unidos nunca estiveram mais próximos do que estamos agora", declarou Trump no Salão Oval.
Venezuela
Sobre a crise na Venezuela, um assunto que os dois presidentes devem abordar durante o encontro fechado, Trump afirmou que avalia "todas as opções" para forçar a saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, inclusive uma intervenção militar. O Brasil, no entanto, descarta essa possibilidade.
"Eu sei o que quero para a Venezuela, mas temos opções diferentes, vamos conversar sobre elas. Está tudo sobre a mesa, mas é uma vergonha o que está acontecendo lá, nós vimos mortes, fome. A Venezuela tornou-se o país mais pobre".
Presentes
Trump presenteou Bolsonaro com uma camisa da seleção norte-americana de futebol, estampando o nome "Bolsonaro" e o presidente brasileiro retribuiu o gesto com uma camisa número 10 da seleção brasileira, estampando o nome "Trump".
Agenda
Depois do encontro no Salão Oval, que ocorre a portas fechadas, os presidentes participarão de um almoço de trabalho, com reunião ampliada entre as comitivas e, em seguida, darão uma entrevista coletiva aos jornalistas nos jardins da Casa Branca, de acordo com a programação oficial.
Mais cedo, Bolsonaro se encontrou com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. O presidente Bolsonaro deve visitar ainda, nesta terça, o cemitério nacional de Arlington, onde estão os restos mortais de 400 mil soldados norte-americanos e de outros 11 países. Antes de embarcar de volta para Brasília, Bolsonaro terá uma reunião com lideranças religiosas dos EUA e um jantar de trabalo.
Com informações da AFP e Agência Brasil