China, Rússia e França fazem alerta após ataque dos EUA matar militar do Irã

Os países pedem cautela e contenção, principalmente aos Estados Unidos

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Em destaque vemos a foto do general Qasem Soleimani (terceiro da esquerda para a direita), morto em ataque dos EUA
Foto: Foto: Saeediex/Shutterstock

China, Rússia e França, todos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), alertaram para os riscos do ataque realizado pelos Estados Unidos no Iraque, que culminou na morte do general Qassem Soleimani, comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.

A China se descreveu como "altamente preocupada". "A paz no Oriente Médio e na região do Golfo deve ser preservada", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang. "Pedimos a todas as partes envolvidas, especialmente aos EUA, que mantenham a calma e a contenção e evitem novas escaladas de tensões".

Já o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por meio de um diplomata sem nome citado pela agência de notícias estatal TASS, condenou o assassinato como "um passo aventureiro que levaria a tensões crescentes em toda a região".

Na França, a vice-ministra de Relações Exteriores, Amelie de Montchalin, afirmou que "estamos acordando em um mundo mais perigoso. A escalada militar é sempre perigosa". Ela indicou que esforços de reconciliação estão sendo feitos nos bastidores e que o presidente francês, Emmanuel Macron, e o Ministério de Relações Exteriores estão contatando "todos os atores da região". 

Comboio atacado

Legenda: General Qassem Soleimani.
Foto: Foto: AFP

Qassem Soleimani morreu em um ataque ao aeroporto de Bagdá autorizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conforme informações confirmadas pelo Pentágono. 

Segundo a imprensa internacional, o general iraniano tinha participado de encontros com líderes de milícias iraquianas no aeroporto. A capital do Irã, Teerã, tem aumentado sua influência no vizinho Iraque nos últimos anos. 

O comboio onde ele estava foi atingido por mísseis, de acordo com o jornal The New York Times. A ação deve aumentar a tensão na região, que nos últimos dias viveu uma série de conflitos indiretos entre Teerã e Washington

Também morreram Abu Mahdi al-Muhandis, chefe da milícia iraquiana Forças de Mobilização Popular (que tem apoio do Irã), e o porta-voz de grupo, Mohammed Ridha Jabri, além de ao menos outras duas pessoas ainda não identificadas. Outras pessoas também ficaram feridas na ação.