Polícia prende homem acusado de chefiar ataque a assentamento do MST que deixou dois mortos
Na delegacia, o homem confessou aos policiais a participação no crime. Os comparsas estão sendo procurados e ainda não se sabe quantas pessoas participaram do atentado
Um homem de 41 anos acusado de participar do ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no interior de São Paulo, foi preso neste sábado (11). Ele é apontado como a pessoa que chefiou o ataque, disse em entrevista coletiva o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra. As informações são do g1.
Veja também
Na delegacia, o homem confessou aos policiais a participação no crime. Os comparsas estão sendo procurados e ainda não se sabe quantas pessoas participaram do atentado.
Ainda conforme o delegado, os criminosos não cobriram o rosto no momento do ataque, o que fez com que a polícia chegasse aos responsáveis. Dessa forma, o suspeito, que já era conhecido na comunidade, foi identificado por vítimas hospitalizadas e testemunhas.
Foram apreendidas armas brancas (foices e facas), armas de fogo e um carro, que serão periciados para identificação das digitais dos criminosos.
PF atuará nas investigações
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) encaminhou um ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, determinando a abertura de uma investigação criminal para apurar o caso. O Ministério da Justiça fundamentou o pedido de investigação no Art. 1º, inciso I, § 1º do Art. 144 da Constituição Federal, segundo o qual a PF poderá atuar em casos com repercussão interestadual ou internacional, especialmente quando relacionados a violações de direitos humanos. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a medida atende a um pedido do presidente Lula.
"Indo a Tremembé, a pedido do presidente @LulaOficial, para acompanhar as investigações do atentado que levou a óbito três agricultores do assentamento Olga Benário. No total foram oito atingidos. O presidente @LulaOficial determinou que a Polícia Federal também acompanhe as investigações", informou Teixeira, pelo "X".
Mais cedo, o ministro informou, também pelas redes sociais, que comunicou o crime ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e solicitou providências para a prisão dos responsáveis pelo ataque.
A polícia investiga a motivação do ataque, que seria uma disputa por um lote de terra. O atentado deixou dois assentados mortos a tiros e outros seis precisaram de atendimento hospitalar devido aos ferimentos.
De acordo com o MST, “bandidos armados” invadiram o Assentamento Olga Benário, na Estrada Canegal, por volta das 23 horas de ontem. Usando “vários carros e motos”, chegaram atirando, quando a maioria dos assentados dormia, entre eles crianças e idosos. Em meio à confusão, dois assentados foram baleados e não resistiram: Valdir do Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28. Nascimento era uma das lideranças do assentamento.