PCC teria encomendado morte de Ronnie Lessa em presídio de Tremembé, diz denúncia
Réu confesso do assassinato de Marielle Franco, Lessa é ex-policial militar e ligado a milícias do Rio de Janeiro
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp) recebeu denúncia de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria encomendado a morte do miliciano Ronnie Lessa. O ex-policial militar confessou ser responsável pelo assassinado da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes.
A denúncia foi recebida por e-mail nesta quinta-feira, por volta das 12 horas. A informação é do Metrópoles.
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O caso foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para a desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivana David, ao promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, e ao secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streinfinger.
Ronnie Lessa deu entrada na Penitenciária 1 de Tremembé, no interior de São Paulo, também na quinta-feira. Ele deverá ficar isolado em uma cela de 9 metros quadrados, após ordem da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS).
O Governo de São Paulo, comandado por Tarcísio Freitas (Republicanos), foi contrário à decisão. A gestão estadual alegou que a P1 de Tremembé não tinha estrutura para receber Lessa. A gestão queria que o acusado fosse levado para o presídio de segurança máxima na cidade de Presidente Venceslau, também no interior de SP.
O motivo era a alta periculosidade de Ronnie Lessa, devido ao envolvimento dele com a milícia do Rio de Janeiro.
'Salve'
A denúncia afirma que os presos da P1 de Tremembé receberam "um salve para matar o Lessa". A ordem seria "virar a cadeia". O denunciante afirma que, por ser ex-policial militar e miliciano, Ronnie Lessa é "inimigo jurado" do PCC.
"Todo dia os presos perguntam se ele já chegou e, apesar de terem instalado câmeras na cela em que ele vai ficar, estamos receosos", diz a denúncia. "Já vimos várias vezes cadeia virar para matar preso do seguro e, pelo clima de massas, pode acontecer de novo".
Ainda segundo o documento, o PCC já estaria cobrando os detentos para 'zerar' Lessa.
A ordem para matar o miliciano foi interceptada em "pipas", que é a forma como os presos chamam as mensagens transmitidas por bilhetes.