Massacre de Realengo completa dez anos, com lembranças de sobreviventes e homenagens aos 12 mortos

Ex-estudante de escola municipal entrou armado e atirou contra estudantes, em 7 de abril de 2011

Escrito por Redação ,
memorial realengo
Legenda: Memorial homenageia vítimas do Massacre de Realengo
Foto: Agência Brasil

Há dez anos, um massacre que resultou na morte de 12 estudantes em um colégio na zona oeste do Rio de Janeiro chocou o país e marcou para sempre a vida de dezenas de crianças. No dia 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, abriu fogo contra alunos da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, onde também estudou, e se matou em seguida.
Entre os mortos, estão dez meninas e dois meninos, com idades entre 12 e 15 anos. Mais de dez crianças ficaram feridas.

Uma missa pelos dez anos das mortes das vítimas de Realengo será realizada no Santuário do Cristo Redentor, às 17h. Só estarão presentes poucos familiares das vítimas do massacre. A celebração terá a participação dos cantores Elba Ramalho e Mumuzinho, com transmissão ao vivo no Youtube. 

Como tudo aconteceu

O assassino, Wellington Menezes, entrou na escola por volta das 8h, dizendo que daria uma palestra. Conversou com algumas pessoas e seguiu em direção a duas salas de aula do 8º ano, onde entrou atirando com dois revólveres.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves atirou contra Wellington e pediu que ele largasse a arma. Em seguida, o criminoso se matou com um tiro na cabeça.

Segundo a polícia, Wellington carregava muita munição e utilizava um colete a prova de balas, além de portar um cinturão com armamento. Wellington era descrito como uma pessoa tímida, sem amigos ou namorada(o). Sua mãe já tinha cinco filhos biológicos quando o adotou. Quando ela morreu, o rapaz passou a viver isolado em uma casa em Sepetiba, na zona oeste.
Antes do atentado, Wellington quebrou todos os eletrodomésticos do local e colocou fogo no computador.

"Eu lembro de tudo até hoje. O que mais me emociona é o fato de Deus me dar uma segunda chance. Sou muita grata a Deus, aos médicos e profissionais da saúde que lutaram pela minha vida. Eu sou só gratidão”, disse Thayane Monteiro, uma das sobreviventes da chacina, em entrevista ao portal G . Ela levou quatro tiros de raspão e perdeu os movimentos inferiores. A sobrevivente conta que tem crises de ansiedade sempre que vê notícias de outros massacres e atendados em escolas.

A ONG Anjos de Realengo, em homenagem às vítimas do massacre, luta até hoje por mais segurança nas escolas do Rio de Janeiro.

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