Daniel Cravinhos quebra silêncio sobre Suzane von Richthofen e o irmão dela, Andreas
Crime aconteceu há mais de 20 anos, em São Paulo
Após anos em silêncio, Daniel Bento (antes Cravinhos) conversou com o escritor Ullisses Campbell sobre como lida com o crime até hoje, e as consequências a Andreas. Cravinhos assassinou a pauladas, com a namorada Suzane, Manfred e a Marísia Von Richthofen, pais dela.
Andreas von Richthofen
Em entrevista, Cravinhos falou que sente "muita dor em falar no Andreas. Ele é a maior vítima disso tudo". Ainda de acordo com Daniel, ele foi perdoado pelo caçula da família próximo à época do julgamento. Contudo, o perdão expirou, pois, segundo o condenado, Andreas hoje é um adulto.
Sonho com o dia em que terei um acerto de contas definitivo com ele. Ainda estou me preparando psicologicamente para procurá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Nem sei se tenho essa coragem Só de pensar nele fico desestabilizado emocionalmente.
Suzane von Richthofen
A relação com Suzane também foi questionada. "Acho que não tenho mais nada para falar com ela", disse ele. "Minha história com a Suzane acabou no dia 31 de outubro de 2002 (data que ocorreu os assassinatos do casal). Antes, tinha muita mágoa, raiva e tudo mais. No entanto, percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria 'boa sorte na sua caminhada'. E mudaria de calçada", continuou.
Daniel afirmou que se pudesse voltar no tempo não se envolveria com Suzane e não levaria o seu irmão mais novo para o crime. "Mudaria todas as minhas atitudes", disse. "A ideia foi dela, mas não me eximo da responsabilidade", pontuou.
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Relembre o caso
Em 31 de outubro de 2002, Marísia e Manfred Von Richthofen foram assassinados em seu quarto, vítimas de um crime arquitetado pela própria filha, Suzane, junto aos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. A tragédia destruiu a família Richthofen e, até hoje, o filho mais novo, Andreas, lida com os traumas provocados pela atrocidade.
Na época em que o caso veio à tona, Andreas tinha apenas 15 anos. Por ser menor de idade, foi entregue à tutela da avó, Lourdes Maganani Abdalla, e do tio, Miguel Abdalla Neto, após perder os pais. Sob os cuidados dos parentes, o menino sofreu novamente quatro anos depois, quando a avó faleceu.
Marísia e Manfred Von Richthofen viviam com os filhos, Suzane e Andreas, em uma mansão na Zona Sul de São Paulo. Em agosto de 1999, Suzane conheceu Daniel e, pouco tempo depois, começaram um relacionamento.
Os dois não recebiam o apoio da família, principalmente a dela. O casal, então, juntou-se ao irmão de Daniel, Cristian, e planejou o assassinato dos pais de Suzane, assim poderiam dividir a herança dos Von Richthofen. O trio tentou fazer com que o crime fosse visto como um latrocínio, porém, após uma longa investigação da Polícia, a verdade sobre a autoria veio à tona.
Suzane e o namorado, Daniel, foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão, já Cristian recebeu um ano a menos.