Furacão Fiona atinge Bermudas, no Caribe, e segue para o Canadá

Segundo a agência Reuters, a tempestade se aproximou das Bermudas como um furacão de categoria 4

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Imagem de satélite
Legenda: Esta imagem do satélite da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) mostra o furacão Fiona em 23 de setembro de 2022, às 01h21
Foto: AFP PHOTO /NOAA/GOES

O furacão Fiona atingiu a ilha atlântica das Bermudas, no Caribe, nesta sexta-feira (23), com fortes chuvas e ventos. O fenômeno atmosférico seguiu para o norte em direção ao leste do Canadá, onde ameaça se ser uma das tempestades mais severas da história do país. As informações são da agência Reuters

No início deste semana, o Fiona atingiu uma série de ilhas caribenhas. Pelo menos oito pessoas morreram. Além disso, 3,3 milhões de habitantes de Porto Rico ficaram sem energia elétrica. Cinco dias depois, quase um milhão de moradores ainda estavam sem o serviço. 

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Intensidade

Segundo a Reuters, a tempestade se aproximou das Bermudas como um furacão de categoria 4, mas diminuiu um pouco para a categoria 3 ao passar a oeste do território britânico na sexta-feira. 

As rajadas chegaram a 166 km/h, conforme boletim do Serviço Meteorológico das Bermudas. A Bermuda Electric Light Co, única fornecedora de energia da ilha, disse que cerca de 29 mil clientes, mais de 80% de sua base, não tinham eletricidade na manhã de sexta.

O Regimento Real das Bermudas e a Belco disseram que esperam que os ventos diminuam antes de começarem a liberar as estradas e restabelecer a energia. Moradores publicaram nas redes sociais fotos de linhas de transmissão de energia derrubadas e algumas inundações

"Esta manhã [tem] muito vento lá fora. Tivemos alguns danos menores nos locais, mas nada grave", disse Jason Rainer, proprietário de uma loja de souvenirs na capital, Hamilton, à AFP

Algumas portas e janelas de seu negócio foram quebradas pela tempestade, relatou Rainer. 

Evacuação é quase impossível

Com em torno de 64 mil habitantes, Bermudas é um pequeno território britânico de cerca de 54 km² acostumado com furacões, mas também um dos lugares mais remotos do mundo, localizado a 1.030 km de seu vizinho mais próximo, os Estados Unidos. Isso torna quase impossível fazer uma evacuação de emergência quando ocorre uma grande tempestade.

"Você tem de conviver com isso, porque mora aqui. Não pode correr para lugar algum, porque é apenas uma pequena ilha", disse Joe Ann Scott, funcionário de uma loja em Hamilton.

O ministro de Segurança Nacional, Michael Weeks, pediu aos moradores que permaneçam em casa, até o governo dar sinal verde. "Por favor, não saiam para tirar fotografias, não sejam imprudentes", frisou, em entrevista coletiva.

Moradores estocaram comida, velas e baldes d'água

Como a ilha não tem fonte de água doce, todos os prédios têm tanques para armazenar a água da chuva, bombeada para as casas por um sistema elétrico. Com possíveis quedas de energia durante tempestades, os moradores costumam encher suas banheiras, ou baldes, com antecedência.

O Fiona matou quatro pessoas em Porto Rico no início desta semana, segundo a imprensa americana, enquanto uma morte foi relatada no departamento ultramarino francês de Guadalupe, e duas, na República Dominicana.

Em Porto Rico, que ainda tenta se recuperar da devastação causada pelo furacão María, há cinco anos, o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de emergência. 

Além disso, a Fema, a agência federal para gestão de desastres dos Estados Unidos, planeja enviar mais centenas de membros de seu pessoal para a ilha, que sofreu apagões, deslizamentos de terra e inundações. 

Na República Dominicana, o presidente Luis Abinader declarou estado de desastre natural em três províncias do leste do território.

 

 

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