Peru realiza primeiro caso de eutanásia no país

Uma psicóloga que sofria de uma doença degenerativa sem cura morreu por eutanásia no domingo (21), no Peru. Em comunicado, a advogada Josefina Gayoso revelou que Ana Estrada, de 46 anos, "exerceu o seu direito fundamental a uma morte digna". Esse é o primeiro caso peruano de morte assistida.

"Ana morreu nos seus próprios termos, conforme a sua ideia de dignidade e em pleno controle da sua autonomia até o final", disse a advogada. 

Ana sofria de polimiosite, tendo sido diagnosticada de 12 anos. A psicóloga utilizava cadeiras de rodas desde 20 anos. 

"Ana tornou-se o rosto dessa causa justa que visa defender a dignidade do princípio ao fim e a liberdade de decidir sobre nossas vidas e nossos corpos. O caso de Ana permitiu que a Justiça peruana reconhecesse, pela primeira vez em sua história, que todos temos o direito de morrer com dignidade", continuou o comunicado.

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Entenda o caso

Ana pediu à Justiça do Peru, em fevereiro de 2021, para pôr um fim na vida. Em julho de 2022, a Suprema Corte de Justiça do Peru validou a decisão da psicologa. 

Na época, a Corte da autorização era inédita, principalmente por vir de um país majoritariamente católico. 

A doença de Ana era rara e promove uma fraqueza muscular progressiva. "Hoje, a justiça triunfou. Ganhou a vida e o direito à autonomia e à liberdade. Toda conquista de um direito nasce de uma necessidade do cidadão comum, nunca dos governantes", escreveu no Twitter em julho de 2022.