Didier Raoult, médico que ficou conhecido como 'Dr. Cloroquina', é proibido de exercer medicina

A punição vale por dois anos a partir do dia 1º de fevereiro de 2025

Escrito por Redação ,
Imagem mostra um homem branco de cabelos longos e jaleco. Ele está gesticulando.
Legenda: Durante a pandemia, em 2020, Raoult era diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção (IHU), em Marselha
Foto: Christophe SIMON / AFP

O francês Didier Raoult, médico e microbiologista que ficou conhecido como "Dr. Cloroquina" por ter sido o primeiro a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19, não poderá exercer medicina por dois anos, segundo o jornal francês Le Parisien.

Durante a pandemia, em 2020, Raoult era diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção (IHU), em Marselha. Na época, ele divulgou um estudo incentivando o uso do medicamento para tratar coronavírus. A pesquisa, no entanto, foi contestada por cientistas por ser realizada com apenas 42 pacientes e falta de "rigor científico".

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A pesquisa divulgada pelo médico francês foi defendida por Donald Trump, que era presidente dos Estados Unidos na época.

Além de defender o uso do medicamento, Raoult também criticou a vacinação e as políticas de distanciamento social, o que prejudicou a ação das autoridades sanitárias.

Por esses motivos, o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos (CNOM) da França decidiu que o "Dr. Cloroquina" não poderá exercer a medicina a partir do dia 1 de fevereiro de 2025.

Advertência

Em 2021, Raoult já havia recebido uma advertência da Câmara Disciplinar Nacional por não ter se baseado em dados científicos, mas a CNOM considerou que a punição era "branda" e recorreu da decisão.

Naquele mesmo ano, o médico admitiu pela primeira vez, em carta publicada no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, na França, que a cloroquina não era eficaz no tratamento da Covid-19.