Polícia da Coreia do Sul proíbe CEO da Jeju Air de deixar o país após acidente aéreo que matou 179 pessoas

Os policiais também revistaram o aeroporto de Muan e os escritórios da companhia aérea Jeju Air nesta quinta-feira (2)

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Imagem de um local de desastre aéreo com destroços de avião, investigação em andamento com policiais e perícia.
Legenda: Estão sendo realizadas investigações para apurar possível negligência profissional.
Foto: YONHAP / AFP

A polícia sul-coreana impôs a proibição de viajar para fora do país ao presidente da empresa aérea Jeju Air, Kim E-bae, após o acidente na aterrissagem de um Boeing 737-800 no domingo (29), que matou 179 pessoas. Os policiais também revistaram o aeroporto de Muan e os escritórios da companhia aérea Jeju Air nesta quinta-feira (2).

A aeronave vinda de Bangcoc pousou em Muan sem o trem de pouso acionado e bateu em um muro no fim da pista, onde rapidamente foi tomada pelas chamas. Apenas dois comissários de bordo sobreviveram. 

Investigadores da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, alguns da fabricante Boeing, estão rastreando o local do acidente para estabelecer as causas do evento. As duas caixas pretas foram encontradas e estão sendo analisadas

"Em relação ao acidente de avião ocorrido em 29 de dezembro, está sendo realizada uma operação de busca e apreensão" no aeroporto de Muan, no escritório da Jeju Air em Seul e em um escritório regional de aviação, disse a polícia. A agência de notícias local Yonhap disse, citando autoridades, que o mandado de busca se deve a possíveis acusações de negligência profissional.

Após o acidente, as autoridades sul-coreanas anunciaram que todas as aeronaves Boeing 737-800 que operam no país serão submetidas a inspeções especiais, com foco no trem de pouso, que parece ter falhado no domingo. 

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O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, disse que tomará "medidas imediatas" se essas inspeções revelarem problemas com o modelo do avião. 

Autoridades indicaram que existem 101 aeronaves B737-800 em operação na Coreia do Sul com seis companhias aéreas diferentes. 

"Dada a grande preocupação pública com o modelo de aeronave envolvido no acidente, o Ministério dos Transportes e as agências relevantes devem conduzir uma investigação completa sobre a manutenção operacional, formação e treinamento", disse Choi. "Se forem detectados problemas durante a inspeção, por favor, tomem medidas corretivas imediatas", acrescentou. 

Na quarta-feira (1º), os investigadores concluíram a extração de dados da caixa preta com gravações de voz da cabine, mas a outra, com dados de voo, está danificada e foi enviada aos Estados Unidos para análise.

O que teria causado o acidente

As autoridades inicialmente citaram uma colisão com pássaros como a causa provável da tragédia, mas posteriormente também apontaram para a presença de uma barreira no final da pista. 

Alguns especialistas sugeriram que o desastre teria sido menos mortal se esse elemento, que abriga um localizador, não fosse de concreto. 

No aeroporto de Muan, parentes e moradores locais montaram um memorial improvisado com flores e mensagens para as vítimas do pior acidente aéreo da história da Coreia do Sul. 

Parentes das vítimas puderam visitar o local do acidente na quarta-feira para se despedir dos seus entes queridos. Centenas de pessoas formaram uma imensa fila para prestar homenagens em um altar em memória das vítimas. 

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