'Alerta máximo' de afundamento de área explorada pela Braskem em Maceió é reduzido
A Braskem, responsável pelo desastre ambiental, foi multada em mais de R$ 72 milhões
João Henrique Caldas (PL), prefeito de Maceió, anunciou nas redes sociais, nesta terça-feira (5), a redução do "alerta máximo" para apenas "alerta" na cidade. Conforme JHC, a nova classificação demonstra que a cidade saiu do risco iminente de colapso para um estágio menos grave, mas que ainda requer atenção.
"Na prática, isso significa que saímos de um risco iminente de colapso para um estágio de menor gravidade, mas que ainda requer atenção. O monitoramento continua sem parar", escreveu.
A Defesa Civil de Maceió ainda recomenda que a população não transite nos locais evacuados, por ainda haver medidas de controle e monitoramento para reduzir o perigo.
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Braskem multada em R$ 72 milhões
Responsável pelo colapso na capital alagoana, a Braskem, foi multada em R$ 72 milhões pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL).
A sanção do órgão é devido aos danos ambientes, pelo risco de colapso e desabamento na mina na região do Mutange, em Maceió. A empresa também foi multada por omitir informações sobre a real situação da mina.
A primeira autuação é pela degradação ambiental decorrente de atividades que afetam a segurança e o bem-estar da população. Além de gerar condições desfavoráveis para as atividades sociais e econômicas. A multa neste caso específico é de R$ 70.274.316,30.
Já a segunda, no valor de R$ 2.027.143,92, é referente a a omissão de informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, detectada no dia 07/11/2023, quando a empresa realizou o exame de sonar prévio para o início do seu preenchimento.
Desde 2018, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo IMA-AL.
Entenda a situação de Maceió
A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de sal-gema do subsolo e ocasionou o afundamento de cinco bairros. Essas localidades foram ou estão sendo parcialmente desocupadas.
Após a extração do minério, as minas ficaram cheias com um líquido químico que vazou, formando vários desabamentos. Os tremores seriam também relacionados a acomodação do solo, a partir dos deslocamentos no subsolo.
A prefeitura de Maceió e a Baskem fecharam um acordo em julho deste ano, assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão por conta do afundamento dos bairros. O caso teve início em 2018, data do primeiro tremor ocorrido, e prejudicou mais de 60 mil moradores.
De acordo com o órgão, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).