Amigdalite: conheça sintomas, diagnóstico, tratamento e cirurgia
Conforme otorrinolaringologista, quando se tem esse número elevado de infecções, o médico pode indicar cirurgia para remover as amígdalas.
A morte de Gleycy Correira, 27, ex-miss Brasil Continentes Unidos de 2018, despertou os cuidados e atenção para os quadros de amigdalite. Muitas dúvidas sobre sintomas, diagnóstico e tratamento da doença são perceptíveis nas redes sociais.
Causas de amigdalite
O otorrinolaringologista João Flávio Nogueira Junior* (CRM: 9344/RQE: 4414), presidente da Sociedade Cearense de Otorrinolaringologia, explica que, na maioria dos casos, a inflamação das amígdalas decorre de infecções virais ou bacterianas.
"Os pacientes chegam ao consultório com dor na garganta, dor para engolir, ardência na garganta, às vezes, com tosse e febre associadas. A partir destes sintomas conseguimos ter um direcionamento para saber se o caso de amigdalite é causada por bactéria ou vírus", explicou o profissional.
O conjunto de tecidos linfoides localizados na cavidade oral e composto pelas tonsilas faríngea (adenoide), palatina (amídala) e lingual recebe o nome de Anel Linfático de Waldeyer. Constitui a primeira linha de defesa imunológica do sistema aero-digestivo, pois protege a entrada dos tubos digestivo e respiratório dos agentes do meio externo. É bastante desenvolvido na infância, mas regride na fase adulta.
Sintomas e transmissão
João Flávio explica ainda que os sintomas podem ter intensidade diferentes entre casos virais e bacterianos. "Quando a causa é viral, geralmente, a febre é mais baixa. Já na amigdalite causada por bactérias é mais elevada".
Sintomas comuns:
- Febre
- Dor na garganta
- Mal-estar geral
- Pontos ou placas de pus
O otorrinolaringologista alerta que essas as bactérias e vírus que podem causar amigdalite são transmitidas de pessoa a pessoa pelo ar. Aos primeiros sintomas, o médico orienta: "É importante o uso de máscara".
Diagnóstico e tratamento
Para detectar casos de amigdalite, o otorrinolaringologista examina, inicialmente, a boca do paciente. "Geralmente, é encontrado pus e placas", explica João Flávio. O médico ainda pode pedir exames complementares com um hemograma.
Ainda segundo o profissional de saúde não há nenhuma diferença em tratar homens ou mulheres.
João Flávio destaca que em casos de amigdalite viral não são necessários medicações especificas. "O paciente é tratado com medicações sintomáticos. Geralmente, a gente associa um anti-inflamatório. Mas são doenças autolimitadas".
Diferente dos casos virais, os diagnósticos de amigdalite bacteriana precisam de antibióticos prescritos por médicos.
Complicações e cirurgia
A falta de busca médica pode acarretar complicações nos casos de amigdalite. Abcessos, por exemplo, podem se formar por trás das amígdalas.
"Em alguns casos é preciso realizar cirurgia para drenar esse pus ou quando a pessoa tem muitas infecções associadas. Em um ano, se a pessoa conta com mais de cinco infecções ou em dois anos mais de sete, o paciente corre o risco de ter maiores complicações. Isso em amidalite bacteriana".
De acordo com o otorrinolaringologista, quando se tem esse número elevado de infecções, o médico pode indicar cirurgia para remover as amígdalas.
"A cirurgia de amigdalectomia, a remoção das amigdalas, é feita em adultos ou crianças quando não tem hipertrofia de adenoide. Se faz a técnica de disseção. O médico vai dissecando a amigdalite da fossa onde ela fica, que fica entre dois músculos, é uma estrutura bastante vascularizada", conclui João Flávio.
*João Flávio Nogueira possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e residência médica em Otorrinolaringologia. Otorrinolaringologista com formação em cirurgia endoscópica naso-sinusal, da base do crânio, cirurgia rinológica reconstrutiva e cirurgias de ouvido, em especial as cirurgias endoscópicas de ouvido. Visiting fellowships na Universidade da Pennsylvania e American Hospital de Dubai. Diversos cursos como palestrante no Brasil, Europa, Ásia e Estados Unidos. Título de especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF); Membro da ABORL-CCF; Membro da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço; Membro da IWGEES - International Working Group on Endoscopic Ear Surgery.