Tenente-coronel da Polícia Militar é investigado por tortura contra jovem no Ceará; veja vídeo

O caso foi filmado e motivou a transferência do oficial para funções administrativas na Corporação

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(Atualizado às 14:34, em 14 de Outubro de 2024)
O vídeo, que circulou pelas redes sociais, mostra o oficial da Polícia Militar bater no jovem, já detido
Legenda: O vídeo, que circulou pelas redes sociais, mostra o oficial da Polícia Militar bater no jovem, já detido
Foto: Reprodução

Um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE) é investigado por suspeita de tortura contra um jovem, durante uma ação policial, em Fortaleza. O caso foi filmado e motivou a transferência do oficial para funções administrativas na Corporação.

O vídeo, que circulou pelas redes sociais, mostra o tenente-coronel Pedro Hawlison Alves Freire Sousa bater no jovem, já detido, mostrar um celular e mandar que ele fale o nome de um homem procurado pela Polícia. "Tô quase desmaiando, senhor", alega a vítima da agressão.

Veja o vídeo:

O local da ação policial não foi informado. Mas, até ser transferido para funções administrativas, o tenente-coronel comandava o 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que atua em Fortaleza na Área Integrada de Segurança (AIS) 7 - que abrange os bairros Aerolândia, Alto da Balança, Boa Vista, Cajazeiras, Cambeba, Cidade dos Funcionários, Dias Macedo, Edson Queiroz, Jardim das Oliveiras, José de Alencar, Parque Dois Irmãos, Parque Iracema, Parque Manibura, Passaré, Sabiaguaba e Sapiranga.

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou, em nota, que "instaurou processo disciplinar em desfavor do policial militar, que já foi afastado de suas funções. A Polícia Militar Estado do Ceará também abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para a apuração criminal do fato".

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A Polícia Militar do Ceará também enviou nota à reportagem, em que confirma que "um inquérito policial militar foi instaurado para apurar as circunstâncias do fato exibido no vídeo que circula nas redes sociais e que o policial militar envolvido foi, preliminarmente, designado para exercer suas funções em unidade administrativa".

"A PMCE frisa que respeita e garante, de forma indistinta, a preservação da dignidade e dos direitos humanos de todos os cidadãos, que não compactua com desvios de condutas por parte de seus integrantes e que repudia qualquer ação que vá de encontro aos valores e deveres da Corporação", conclui a Corporação.

[Atualização, 14/10/2024, às 14h31] Após a publicação da reportagem, a defesa do tenente-coronel Pedro Hawlison, representada pelo advogado da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Ceará (ASSOF-CE), Werner Feitosa, enviou nota em que afirmou que as acusações contra o PM "foram fundamentadas em um vídeo de qualidade duvidosa e claramente editado".

"O material apresentado é visivelmente manipulado, e não permite a identificação clara das pessoas envolvidas. Atribuir a um Tenente Coronel um crime de tamanha gravidade, com base em um vídeo tão questionável, não é apenas precipitado, mas também leviano", ressaltou a defesa.

O advogado completou que "é importante ressaltar que o oficial possui um histórico de conduta ilibada e tem prestado serviços relevantes à sociedade ao longo de seus mais de 24 anos de carreira policial militar. Por fim, informamos que o Tenente Coronel está totalmente disposto a colaborar com a apuração  dos fatos".

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