Mandante do assalto que vitimou gerente foi ao shopping na semana do crime para planejar a ação

Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, de 49 anos, disse que o objetivo da visita ao local era articular a empreitada na joalheria com os demais envolvidos

Escrito por Itallo Rocha , itallo.rocha@svm.com.br
Gerente loja de joias é morta a tiros durante assalto no Shopping Iguatemi
Legenda: De acordo com as investigações, um dos suspeitos fez a funcionária refém, usando-a como escudo humano para se proteger dos tiros efetuados pelo segurança do estabelecimento comercial
Foto: Reprodução/Instagram

O mandante do assalto à joalheria que vitimou a gerente da loja, Caroline Alves da Rocha, de 36 anos, na sexta-feira (20), no Shopping Iguatemi, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, prestou depoimento à Polícia Civil e afirmou que foi ao centro comercial na semana do crime para planejar a ação.

Diário do Nordeste teve acesso aos autos da prisão em flagrante em que Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, de 49 anos, conhecido como o "Véi" ou "Pai", disse que o objetivo da visita ao local era articular a empreitada com os demais envolvidos.

De acordo com o suspeito, o grupo fez uma divisão das tarefas, e ele ficou encarregado de levar no Toyota Etios, de cor branca, André Luiz dos Santos Nogueira, 41, e uma mulher identificada apenas como "Mariná" (que está foragida), para ficarem posicionados no shopping, perto da loja.

O objetivo era que o casal desse suporte a Douglas da Silva Dias, de 28 anos, conhecido como "Babe", avisando o melhor momento para a execução do roubo. 

Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira
Legenda: Lúcio Mauro, conhecido como "Véi" ou "Pai", é apontado pela Polícia Civil como o mandante do roubo que resultou na morte de Caroline Rocha, gerente da loja
Foto: Reprodução

Também segundo Lúcio, apontado pela Polícia Civil como o mandante do delito, André e Douglas estavam com pontos eletrônicos de comunicação.

Apoio na fuga

Na ocasião, conforme o depoimento, ele deixou André e "Mariná" na área externa, próxima do Iguatemi, e ficou em um "espetinho" que fica no estacionamento de uma farmácia perto do shopping esperando para sair do local com os dois, logo após o crime. 

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Depois do assalto, André e "Mariná" encontraram Lúcio e falaram o que havia acontecido com a gerente da joalheria. Depois, deram fuga a Douglas.

Dinâmica do crime

Conforme os autos, Douglas entrou na joalheria portando uma arma de fogo com um dos comparsas, identificado como Antônio Jardeson Lima de Moura, de 32 anos, conhecido como "Bea" ou "Gordim", que também segue foragido.

Os dois anunciaram o roubo, dando início a um tiroteio entre eles e o segurança da loja, lesionando Caroline Rocha.

Investigações

As investigações apontam que Antônio Duarte Araújo Enéas, de 24 anos, foi o responsável por levar Douglas ao local, enquanto André prestou auxílio por meio de um ponto eletrônico, indicando o estabelecimento comercial e o momento adequado para realizar a ação criminosa.

Lúcio foi apontado como o idealizador do assalto, surgindo enquanto responsável pelo planejamento e coordenação dos demais agentes.

Escudo humano

De acordo com um policial civil responsável pelas prisões, Douglas fez a funcionária refém, usando-a como escudo humano para se proteger dos tiros efetuados pelo segurança da loja.

Equipes da instituição analisaram imagens de videomonitoramento do entorno e visualizaram o Toyota Etios guiado por Lúcio que deu apoio à fuga do suspeito.

Capturas

Em Caucaia, no Distrito de Jurema, os policiais civis encontraram Lúcio. Ele confessou a participação no delito, e confirmou que seria o chefe do bando, dando apoio logístico, como também fazendo os levantamentos feitos dias antes do crime. Foi dada voz de prisão em flagrante delito, e apreendido o Toyota Etios.

Douglas, que atirou contra o segurança da joalheria, foi preso no bairro Colônia, assim como Antônio, responsável por dirigir o Volkswagen Voyage, outro carro que deu apoio à fuga dos suspeitos. O veículo também foi apreendido.

André, que deu apoio logístico, também foi detido em Caucaia. Quatro aparelhos celulares foram apreendidos pelos policiais civis.

Prisão preventiva

No domingo (22), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), representado pelo promotor Ricardo Machado, pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva.

Na mesma data, o juiz de Direito Ricardo Emídio de Aquino Nogueira solicitou que os mandados de prisão contra os suspeitos fossem expedidos.

"A verdade é que os agentes se revelaram, em princípio, pessoas excessivamente prejudiciais à sociedade, considerando-se a forma como agiram, cometendo o crime de forma ousada e com emprego de extrema violência fazendo uso de arma de fogo, não se podendo admitir que fatos desta natureza sejam admitidos como corriqueiros ou de pequena relevância", explicou.

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