Jovem de 14 anos teria sido morto em centro socioeducativo devido a barbaridade do crime que cometeu
Os suspeitos do assassinato na instituição e dois familiares da vítima, que estavam internados no mesmo Centro, foram transferidos de unidade
O assassinato de um adolescente de 14 anos, dentro do Centro Socioeducativo Canindezinho, em Fortaleza, na noite do último domingo (24), teria sido motivado pela barbaridade do latrocínio que ele cometeu contra um motorista de aplicativo, em 2020, segundo autoridades ouvidas pela reportagem.
Os três suspeitos de matarem o adolescente foram autuados por ato infracional análogo a homicídio, pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), e depois transferidos para outras unidades socioeducativas. O irmão e o primo da vítima, que estavam internados no mesmo Centro Socioeducativo, também foram transferidos, por segurança.
Os três familiares (dois adolescentes de 17 anos e um, de 14) foram apreendidos em 23 de novembro de 2020, por suspeita de roubar, atear fogo e matar o motorista de aplicativo José Hilker Assunção de Sousa, de 28 anos, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
De acordo com o titular da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, juiz Manuel Clístenes, o adolescente de 14 anos tinha bom comportamento dentro do Centro Socioeducativo Canindezinho até semana passada, quando teve um desvio no comportamento e foi transferido de ala e dormitório.
No fim de semana, ele e os novos colegas de quarto teriam conversado sobre os delitos que cometeram e que os levaram à internação. O jovem de 14 anos teria contado sobre o latrocínio com riqueza de detalhes, e os outros adolescentes teriam ficado indignados com a barbaridade do crime, que teve uma pessoa considerada "cidadã" como vítima, segundo Clístenes.
Na noite de domingo (24), o trio teria se aproveitado da calmaria do Centro para surpreender o colega de quarto e matá-lo. As informações coletadas na cena de crime apontam que foram utilizadas uma toalha e navalhas de barbeadores no assassinato. Não houve gritos de socorro. Quando o jovem estava morto, os infratores chamaram um funcionário da Unidade.
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Infratores devem ficar internados por mais tempo
Uma fonte do Ministério Público do Ceará (MPCE) informou que os três jovens autuados por ato infracional análogo a homicídio, que têm entre 15 e 17 anos, devem ser sentenciados a uma nova medida socioeducativa, com tempo máximo de internação, 3 anos, devido à gravidade do crime.
Após o crime, os jovens infratores foram levados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Mas ainda na segunda-feira (25), eles foram encaminhados para outras unidades socioeducativas, de acordo com a fonte.
O processo gerado na Justiça Estadual pelo ato infracional análogo a homicídio deve ser concluído em 45 dias, com o pedido do Ministério Público do Ceará pela nova internação provisória dos suspeitos.