Chefe de organização criminosa é preso no Rio Grande do Norte em operação da Polícia Civil do Ceará

Conforme as investigações, o homem identificado como Luciano Costa da Silva, o 'Farmácia' coordenava as ações da facção nos bairros Bonsucesso e João XXIII

Escrito por Carol Melo e Leabém Monteiro ,
Foto de uma SW4 preta utilizada por um chefe de facção preso pela polícia civil do Ceará em Mossoró no Rio Grande do Norte
Legenda: Os policias encontraram em posse de Luciano "Farmácia" um veículo de luxo preto. Segundo as investigações, o carro estava sendo pago a prestações no valor de até R$ 5 mil cada
Foto: divulgação / Polícia Civil

O chefe de uma organização criminosa de origem carioca foi preso, nesta segunda-feira (1º), em Mossoró, no Rio Grande do Norte, na terceira fase da operação Quinto Mandamento, deflagrada na última sexta-feira (26) pela Polícia Civil através do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e com o apoio da Polícia Militar. 

 

Conforme as investigações, o homem identificado como Luciano Costa da Silva, o 'Farmácia',  coordenava as ações da facção nos bairros Bonsucesso e João XXIII, em Fortaleza. O homem se autointitulava como “conselheiro regional” e, segundo a Polícia Civil, era o responsável por todas as decisões da facção na localidade e pelas ordens de assassinatos cometidos pelos membros. 

O investigado foi transportado da cidade potiguar para o Ceará, onde foi possível cumprir o mandado de prisão por homicídio expedido contra ele pela Justiça. Luciano era alvo de investidas policiais desde 2018 e teria se refugiado no Rio Grande do Norte para evitar ser capturado, informou o diretor do DHPP, Leonardo Barreto. 

Prisão

Luciano foi encontrado pelos policiais em um apartamento, que foi alugado em nome de um laranja, na cidade de Mossoró. Além dele, havia outras três pessoas no local.  Quando abordado, o investigado não resistiu à prisão, mas tentou descartar um aparelho telefônico no banheiro do imóvel.  

"Provavelmente esse celular contém provas muito importantes, por isso ele tentou se livrar. Mas nós conseguimos recuperar esse aparelho e estamos tentando obter as informações que estão contidas nele", explicou a titular da 11ª Delegacia do DHPP, Claudia Guia.   

No local também foi apreendido em posse de Luciano um veículo Hilux SDW4, de cor preta, que, segundo a delegada, foi comprado em nome de terceiros e teria sido pago em prestações de R$ 5 mil cada.

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Na delegacia, o investigado afirmou ser vendedor de roupas, mas não chegou a apresentar provas da atividade. "Ele não tinha nenhuma roupa no apartamento, no carro. Não tinha nenhum material relacionado a suposta profissão", detalhou Cláudia Guia.

Ainda conforme as informações da Polícia, o patrimônio em posse de Luciano não "condiz" com a afirmação dele de que ganharia cerca de R$ 3 mil por mês. 

Cumprimento de outros mandados de prisão 

De acordo com a Polícia, além de Luciano, outros dois homens também foram presos na operação. Identificados como Nícolas Nilton da Silva Ferreira, capturado na sexta-feira, e Jaziel Claro Bernardo, conhecido como 'Lourão', preso na segunda-feira, eles estariam envolvidos no homicídio de Luiz Adaliton da Silva. Segundo as informações das forças de Segurança, o crime teria sido realizado a mando de Luciano.

Operação Quinto Mandamento   

A operação Quinto Mandamento da Polícia Civil tem objetivo de capturar membros de organizações criminosas envolvidos em homicídios. No total, a ação já cumpriu 52 mandados de prisão dentro e fora do Ceará. 

Em setembro de 2020, outra fase da ação realizou a prisão de 29 adultos e três adolescentes, suspeitos de envolvimento com mortes violentas no Estado. Os 32 mandados foram cumpridos nos municípios cearenses de Fortaleza, Aquiraz, Cruz, Trairi, Itapiúna, Itaitinga e Jaguaretama, além de Brasília, no Distrito Federal.

Fachada do departamento de homicídios e proteção à pessoas (dhpp) no Ceará
Legenda: Os presos foram conduzidos para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Fortaleza
Foto: Brenda Albuquerque

Segundo Leonardo Barreto, o nome da Operação é uma alusão ao Quinto Mandamento da Bíblia: "não matarás". "O escopo maior da operação foi fazer uma repressão qualificada àqueles infratores relacionados a Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), como homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e feminicídios", definiu. 

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