Idoso de 81 anos morto em casa teria conhecido suspeita por meio de redes sociais, diz Polícia

Mulher teria sondado idoso antes de cometer o crime. Dupla foi morta após troca de tiros com policiais no Pará durante a fuga

Escrito por Redação ,
vítima latrocínio Centro
Legenda: O idoso morava sozinho e era proprietário do prédio, conforme testemunhas
Foto: Arquivo pessoal

A Polícia Civil do Ceará (PCCE) acredita ter resolvido o latrocínio envolvendo o idoso Kléber Arraes, de 81 anos, durante o fim de semana. Vítima de roubo seguido de morte, ele foi achado amordaçado na própria residência, no Centro, após ter se encontrado com uma mulher que a Polícia acredita que ele conheceu por meio de redes sociais.

De acordo com a delegada Patrícia Sena, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não há dúvidas sobre a motivação do crime. "Provavelmente conheceu pela internet. A vítima, infelizmente, tinha o costume de conhecer mulheres nas redes sociais e marcar para se conhecer [pessoalmente]", afirmou.

A delegada pontua que, embora o relacionamento tenha sido recente, a mulher, de 36 anos, já acompanhava o idoso na própria casa dele, bem como em um sítio mantido no município de Eusébio, onde esteve dois dias antes do crime durante uma entrega de rações para os animais que lá habitam.

"Os funcionários a viram, inclusive foram eles que reconheceram essa mulher como a que estava no veículo junto com a vítima", destacou Sena, acrescentando que não há informações sobre quando o relacionamento começou, já que a mulher não foi apresentada a familiares.

Familiares e funcionários relataram que Kléber Arraes tinha o costume de manter relacionamentos temporários — com a suspeita, o caso seria recente. Conforme a delegada, o idoso teria um "temperamento um pouco difícil" e se achava "independente", o que o motivava a buscar mulheres. "Ele procurava essas moças, ia às redes sociais, e já convidava para ir à casa dele", ressaltou.

Apesar do espírito independente, a vítima tinha limitações: Kléber precisava de andador ou bengala durante a locomoção. Como ele tinha dificuldades, foi necessária a ajuda do caseiro do local para retirada do material do veículo. "Ele em nenhum momento desceu do carro, nem essa mulher. Mas ele baixou o vidro, e os funcionários conseguiram ver o rosto dela".

Crime com crueldade

A titular da delegacia classificou o crime como de "extrema crueldade", dado o estado em que a vítima se encontrava. Após familiares terem sentido falta dele, o filho de Kléber encontrou o pai amordaçado dentro do quarto.

A Polícia acredita que o idoso tentou se defender. "Provavelmente, houve alguma tentativa, mesmo com a idade dele, de tentar se esquivar das agressões, porque os quartos estavam revirados e, na varanda, tinha um pouco de sangue", afirmou, acrescentando que ele foi levado ao quarto após ser agredido, provavelmente na madrugada de sábado (27) para domingo (28), com um objeto contundente na cabeça.

Da vítima, foram levados carro, computador, televisão e cartões, mas somente o veículo e os cartões foram recuperados. "O que a gente presumiu é que eles venderam a televisão e o computador para angariar dinheiro para a viagem, já que era um estado relativamente longe, e eles precisavam de combustível para chegar ao Pará", considerou a delegada.

Fuga e troca de tiros

A mulher e um homem, também considerado suspeito, foram localizados no município de Igarapé-Açu (PA), a cerca de uma hora de Castanhal do Pará, cidade natal da suspeita. Após serem cercados por equipes das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal no Pará, os dois suspeitos efetuaram troca de tiros com os agentes.

Durante o confronto, os dois suspeitos foram atingidos e não conseguiram resistir. Segundo a delegada, a mulher não tinha antecedentes criminais registrados nem no Pará, nem no Ceará. O homem ainda não foi identificado.

A PCCE não sabe se a mulher veio ao encontro do idoso diretamente do estado paraense ou se estava aqui, mas acredita que ela estava "sondando o que ele tinha", tendo observado as posses da vítima nos interiores dos imóveis. O inquérito será concluído após familiares serem ouvidos pelas autoridades.

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