Reservatório abastece municípios do Vale do Curu

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Legenda: Igreja Nossa S. do Rosário está construída próxima ao açude e pode ser afetada
Foto: Arquivo
Com capacidade para acumular 322 milhões de metros cúbicos de água, o Açude de General Sampaio foi um dos grandes produtores de pescada e também contribuiu para o desenvolvimento econômico de vários municípios da região do Vale do Curu. Com as constantes estiagens e a falta periódica de manutenção da barragem, resta a apenas a lembrança da “glória do passado”.

As chuvas fortes verificadas na região ameaçam seriamente o reservatório. As enormes crateras que se formaram na parede do açude ao longo dos anos, deixam preocupados os moradores de General Sampaio, Apuairés, Serrota (Pentecoste), Paramoti, São Luis do Curu e Paraipaba, municípios abastecidos e banhados pelo rio Curu.

Na opinião do vereador Neto Abílio, do PPS, o problema é antigo. A atual situação em que se encontra o açude coloca em risco a vida de milhares de pessoas. Segundo ele, a cidade está em estado de alerta. Ele explica, que pelo menos 50 mil pessoas dependem da sobrevivência daquele reservatório. “Ficar imune ao problema é um ato de covardia”, desabafa o parlamentar. Ele exige do Dnocs uma revisão urgente da parede, a qual se encontra totalmente coberta pelo matagal.

Maria Siqueira Ferreira, há 33 anos em General Sampaio, também se diz preocupada com o perigo. “As autoridades do Dnocos fecharam os olhos. Para eles, o açude de General é coisa do passado”, critica. A moradora, lembra, que o perigo é iminente. “Toda extensão da parede está coberta pela sujeira e pelo mato”, mostra.

Luis Saraiva Barbosa, é outro morador de General Sampaio preocupado com a parede do açude. Ele disse, que além da erosão que já tomou conta do reservatório, lembra que as turbinas que no passado alimentava a rede de distribuição energética de vários municípios da região, estão abandonadas. Ele critica a falta de sensibilidade dos técnicos do Dnocs e o descaso do órgão para com o problema. “Se não tomarem as devidas providências, não se sabe o que poderá acontecer”, finaliza.

O Açude do General, apesar dos problemas, ainda é considerado uma fonte de renda responsável pela sobrevivência de centenas de famílias. O município, localizado a 150 quilômetros de Fortaleza, é um dos mais pobres do Ceará. Tem uma população inferior a seis mil habitantes, e sobrevive basicamente da agricultura de subsistência. O pequeno comércio e a renda dos aposentados são outras fontes alternativas que ajudam a manter o Município.

Com o açude tomando água aumenta a perspectiva de arrombamento. Os buracos que chegam a uma extensão de quatro metros de largura e seis de altura deixam os moradores em estado de alerta.

O local é visitado todos os dias. O nível do açude é acompanhado e monitorado diariamente. Ninguém arrisca um palpite. Todos conhecem o perigo. No local, cercado de lendas, resta apenas esperar a decisão das autoridades e rezar para que a catástrofe seja evitada. (ML)