Praça Padre Cícero completa 80 anos
Este ano, a Praça Padre Cícero completa oito décadas e constitui-se em um referencial histórico deste Município. Ela já foi palco até de importantes decisões políticas, sendo a principal delas a emancipação de Juazeiro do Norte. Em 1911, quando isso ocorreu, era apenas uma quadra onde ecoou o grito da independência recebendo o nome de praça da Liberdade.
Entretanto, só foi inaugurada oficialmente em 1925 com o nome de Almirante Alexandrino numa homenagem ao então Ministro da Marinha. Anos depois, uma nova mudança de nome para Padre Cícero representando uma das muitas homenagens pós-morte feitas ao fundador da cidade. A praça é tida como um cartão-postal e um dos pontos mais visitados de Juazeiro.
Ao longo dos tempos, o logradouro é quase sempre o local escolhido para as manifestações de diversos cunhos sociais. Muitas foram as reformas feitas, mas sem alterar o seu eixo central composto de uma estátua de Padre Cícero em tamanho natural, a Coluna da Hora e os pés de Juazeiro. Há alguns anos, a praça ganhou um coreto e, mais recentemente, uma fonte luminosa no entorno da estátua.
Muitas placas de bronze foram afixadas no monumento com homenagens diversas ao sacerdote. Numa delas, a TV Verdes Mares destaca a escolha do Padre Cícero como cearense do século XX. A eleição foi coordenada pela emissora e a placa aposta em março de 2001. Outra é dos cearenses que moram no Rio de Janeiro e ali afixaram no dia 24 de março de 1944 por ocasião do primeiro centenário de nascimento do Padre Cícero.
Na Coluna da Hora, uma tela esculpida no cimento retrata a “Vila do Joazeiro” em 1827. Nela, está o relógio doado pelo mestre Pelusio Correia de Macedo ao Padre Cícero e, mais acima, um dispositivo que marca as fases da lua. Mas nem tudo é alegria na praça que já foi até palco de homicídios nos confrontos de gangues, principalmente nos finais de semana.
O radiodifusor José Menezes Barbosa, que mora perto da praça, reclama contra a poluição sonora nas noites de domingo. “São jovens que ligam o som dos seus carros em alto volume causando um barulho ensurdecedor”, comenta. Em virtude da violência, a polícia já chegou a determinar a proibição de atos públicos com bandas ou trios elétricos no local.
Para o radialista Leofredo Pereira, um dos problemas da praça é o excesso de bancas que reduzem a área do passeio público. Mesmo assim, o logradouro ainda é o ponto de encontro da sociedade juazeirense. Nas manhãs de domingo, por exemplo, os bancos acolhem políticos, empresários e profissionais liberais e aposentados para um bate-papo sobre os últimos acontecimentos.
Segundo o agropecuarista José Carlos Figueiredo Rocha, 70 anos, o “Carlos Neri”, o “mensalão” e o governo do presidente Lula vem sendo o tema dominante nas últimas semanas. Entretanto, não falta uma “rodadinha de conversas” sobre futebol, política local e negócios. Trata-se de um encontro da “velha guarda” juazeirense com direito a um cafezinho oferecido pelo empresário Gilberto Sobreira, dono de um hotel que fica ao lado. Agora, segundo Carlos Neri, os proseadores sugerem que o café venha acompanhado de tapioca.
Francisco Demontier
sucursal Juazeiro do Norte