Operários e máquinas trabalham na limpeza de ruas de Cariús

A cidade registrou a maior chuva do ano – 180mm – na manhã deste domingo e pelo menos dois bairros foram atingidos pela enxurrada. A água entrou em casas de moradores

Escrito por Honório Barbosa e Wandenberg Belém , regiao@svm.com.br
Legenda: Moradores de Cariús limpam ruas e casas após chuva de 180mm neste domingo (14)
Foto: Wandenberg Belém

A semana começou na cidade de Cariús, na região Centro-Sul do Ceará, com limpeza. O dia foi de retirada de lama, terra e pedras de ruas dos bairros Vila Nova e Esplanada. O material desceu de áreas elevadas com a forte chuva de 180mm, na manhã deste domingo (14). Os moradores também continuaram hoje o serviço de limpeza de suas casas, que foram invadidas pela água.

Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) a chuva de 180mm em Cariús foi a maior deste ano até agora. Além de entrar nas casas e assustar os moradores, a água arrancou parte do calçamento. Em ruas sem pavimentação, a lama se juntou e foram abertos vários buracos, impedindo o tráfego de veículos.

O aposentado, Otávio Vieira da Silva, 83, morador da Vila Nova, uma das áreas atingidas pela enxurrada, disse que “nunca tinha visto uma chuva grande, como essa, cair em pouco tempo” e contou que a força da água arrombou parte da parede da garagem da casa dele.

Os vizinhos foram solidários e ajudaram o aposentado a tirar o carro da garagem. “Fiquei com medo de cair tudo, estava perigoso”. Ele lembrou que trabalhou a vida toda na roça e que gosta de chuva, mas ponderou “não forte como essa de domingo”.

Vanda Santos, costureira, moradora da rua São José, na Vila Nova, disse que quando acordou “pisei logo na água e fui um susto, uma surpresa e só tinha lama dentro de casa”.

A água que invadiu casas e ruas vem de um riacho, que formou uma forte correnteza em áreas elevadas no entorno da cidade, onde há uma pequena serra.  

A rua Pascoal Paracampos, no bairro Esplanada, foi uma das áreas atingidas. Lá mora o casal de idosos, Inês Paiva e Manoel Ferreira. Os dois também contaram que ficaram com muito medo. “Fiquei apavorada porque a água veio com tudo, com força, de uma vez só”, contou Inês Paiva.

Manoel Ferreira disse que todos os anos quando ocorrem chuvas mais intensas o problema se repete. “Construíram casas por onde a água escorria, impedindo a passagem da água que represa e entra nas casas”, contou.   

Antônio Jenier Silva de Oliveira, morador da rua André Souza, disse que a metade da via não tem calçamento. “A gente solicita essa obra de pavimentação faz tempo, mas até agora nada foi feito e por causa do atoleiro não passa carro nem ambulância por aqui quando chove”, frisou.  

O secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Antônio Nilberto de Morais, explicou que neste domingo e hoje técnicos da pasta fizeram levantamento das áreas afetadas pela enxurrada na cidade e das rodovias que dão acesso à zona rural. "Já começamos o serviço de limpeza dos bairros e de recuperação das estradas”, contou. Ele também explicou que já há projetos elaborados e que no próximo mês começa o serviço de “pavimentação das ruas”.