Moradores protestam contra usina

Escrito por Redação ,
Mesmo sendo para produzir energia limpa, a usina eólica em Canoa Quebrada está causando protesto de moradores

Aracati. Uma semana após a ocupação da sede local do Ibama, moradores da Vila de Canoa Quebrada e comunidades do Litoral Leste fizeram mais um manifesto contrário às instalações da usina eólica que está sendo construída em Área de Proteção Ambiental (APA) no município de Aracati, no Vale do Jaguaribe. O Movimento dos Povos Unidos ocupou o canteiro de obras da empresa Rosa dos Ventos. A ocupação aconteceu por toda a manhã de ontem. Está marcada para a próxima quinta-feira uma reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente para decidir sobre a instalação da usina.

O impasse sobre a instalação da usina geradora de energia pelos ventos se dá há vários meses. A empresa Rosa dos Ventos Geração e Comercialização de Energia teve licença concedida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) para a instalação de uma usina eólica nas proximidades da Vila dos Estevão. O local corresponde à Área de Relevante Interesse Ambiental (ARIE) e, também, Área de Proteção Ambiental (APA) teoricamente protegida por Lei. O local está sendo diariamente desmatado para dar espaço a cinco turbinas, de um total de sete a serem instaladas no litoral leste do Ceará para gerar cerca de 10 megawats de energia com a força dos ventos.

O Movimento dos Povos Unidos, que inclui moradores de diversas comunidades e a Associação dos Moradores dos Esteves de Canoa Quebrada (Amecq) e movimentos sociais do município de Russas, esteve por volta de 7h da manhã de ontem concentrado no Pólo de Lazer, em Canoa Quebrada, de onde seguiram para o canteiro de obras da usina eólica, logo a 200 metros dali. Os manifestantes reclamam do intenso desmatamento, degradação na região das dunas e o prejuízo turístico que a usina eólica poderá causar para os litorâneos.

Conforme Nelke Sommerdijk, representante do Movimento dos Povos Unidos, a instalação da usina tão próxima das casas da comunidade irá prejudicar não somente pela degradação ambiental, mas pela tomada de espaço da fiação elétrica passando próximo à comunidade. Para os moradores da praia, será o fim do turismo de Canoa Quebrada.

A advogada da empresa Rosa dos Ventos, Tâmara Silveira, disse aos manifestantes que ainda nesta semana eles serão ouvidos pela empresa, para discutirem um consenso quanto ao funcionamento da empresa na região.