Menino de 8 anos vai à Justiça pedir mudança de sobrenome pelo do padrasto, em Quixeramobim

Desde os três anos de idade, o garoto morador do distrito Damião Carneiro não tem contato com o pai biológico

Escrito por Redação ,
Legenda: Para Angelo, o padrasto é seu 'pai de verdade'
Foto: Reprodução / TV Globo

“Senhora juíza, quero pedir encarecidamente que a senhora troque meu nome”. A certeza de Angelo Ravel Nunes, de 8 anos, morador do distrito de Damião Carneiro, o fez solicitar um pedido nada convencional para a juíza Kathleen Nicola Kilian, titular da 1ª Vara da Comarca de Quixeramobim.  

O desejo do garoto é retirar o sobrenome do pai biológico, com quem não tem contato desde os 3 anos de idade, e incluir o do padrasto. “Pai é aquele que ama, que cuida, que tá do lado da gente”, contou o menino em entrevista ao Fantástico deste domingo (6). 

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Quando navegava na internet, a criança viu fotos de uma ação social feita pela juíza, em que ela entregou cestas básicas para famílias carentes da região. Na carta, o garoto explica que o agricultor José Adilton de Freitas é seu ‘pai de verdade’, “ele esteve comigo nos momentos bons e ruins”, escreveu.  

Legenda: Carta escrita pelo menino foi enviada à rádio local
Foto: Fabiano Barros/Rádio Campo Maior AM

Solicitação à Justiça  

Mesmo sem saber se teriam resposta, a mãe do menino, Teresa Cristina Nunes, enviou a carta a uma rádio local que entregou à juíza Katheleen Nicola. “Muito me sensibilizou termos um rapaz de 8 anos em busca de seus direitos, vendo a Justiça como um local de confiança e de amor ao próximo”, disse a magistrada. 

Por não atuar na Vara da Família, a juíza encaminhou o pedido para a Defensoria Pública. De acordo com informações do portal G1, Katheleen Nicola respondeu a Angelo com uma carta, em que informou o agendamento da família para formalizar os pedidos na Justiça.  

Legenda: Juíza da cidade respondeu ao pedido do menino com uma outra carta
Foto: Fabiano Barros/Rádio Campo Maior AM

Lá, a família descobriu que o sobrenome não pode ser retirado, mas outro pode ser incluído à certidão de nascimento.

"Ficou bom assim. Tendo o nome do meu pai verdadeiro tá bom demais”.  

Pai afetivo  

Criado pelo agricultor desde os três anos de idade, quando a mãe se separou do pai biológico, o menino se afeiçoou rapidamente à José Adilton. “No começo, ele me chamava de amigo e logo me apeguei pois eu não tinha filhos. Passou um tempo e ele começou a me chamar de pai”, relatou.  

“Todo dia ele sai 4:30 para conseguir R$ 50 para não deixar faltar nada pra mim, nem meu irmão”, reconhece o menino. “Não precisa ter sangue, basta ter amor”, disse a mãe.  

 

 

 

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