Dono do açude Granjeiro nega responsabilidade sobre o reservatório
Por não usufruir do reservatório desde 2010, Avelino Forte afirma não ter lucro com a barragem, isentando-se dos custos do novo sangradouro
Questionado sobre a autuação para arcar com a abertura do novo sangradouro do açude Granjeiro, o proprietário da empresa Agrossera, Avelino Forte, afirmou não ter sido notificado até o momento. Conforme avaliação da Agência Nacional das Águas (ANA), o empresário é totalmente responsável pelo açude, que é particular.
A barragem do reservatório foi construída para dar suporte à usina da Agrossera, porém, segundo Forte, a usina deixou de funcionar em 2010 devido aos anos de seca, que impediram o cultivo de cana. Por não usufruir da estrutura desde então, o empresário acredita não ter responsabilidade sobre o açude.
“O que vai ser cobrado de mim? Pelo meu conhecimento, as máquinas são da Prefeitura. O que o prefeito me disse. Quem se serve daquela água é o pessoal de Ubajara, Ibiapina. O maior problema é se a barragem secar, o prejuízo é para o município. Eu não tenho lucro nenhum, não utilizo”, relata.
O prefeito de Ubajara, Rene Vasconcelos, porém, afirma não ter se comunicado com o proprietário acerca dos custos da intervenção. De acordo com o gestor, todos os gastos da operação estão sendo contabilizados e serão ressarcidos ao município de Ubajara pela Defesa Civil Nacional e pela Agência Nacional das Águas. “A comunicação com a Prefeitura de Ubajara é com esses dois órgãos federais, que dispõem da verba e de todo um aparato para socorrer municípios nesse tipo de situação, em que a vida e a integridade física das pessoas estão em risco. Não há nenhum tipo de comunicação com o proprietário, porque a barragem fica no município de Ibiapina, vizinha a Ubajara”, explica.
Gastos
O montante empregado para a abertura do novo sangradouro será apropriado e judicialmente cobrado ao proprietário do reservatório, conforme o especialista da ANA, Rogério Menescal. “Sua manutenção é de inteira responsabilidade do proprietário que, ao longo de décadas, foi negligente com os cuidados requisitados ao açude”, diz.
Uma planilha de todos os gastos, discriminando cada um e prestando contas do que foi realizado com aluguel de máquinas, combustível, alimentação e deslocamento será encaminhada à Defesa Civil Nacional e à ANA, de acordo com o prefeito de Ubajara. “A gente está esperando acabar tudo da operação pra fazer a conferência dos horímetros de cada máquina, as notas fiscais dos consumos dos combustíveis, das alimentações. Ainda não tem como fazer o levantamento total dos custos porque a operação ainda está em andamento”.